sábado, 30 de novembro de 2013

Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos, parte VIII



Aviso à navegação: esta receita faz parte do especial "Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos", a.k.a. aniversário de Ervilha Maria. De facto, tudo foi confeccionado para alimentar esta multidão, mas as receitas (com excepção das sobremesas) estão quantificadas para os 4 do costume: Ervilha Maria, Zé do Polvo, Maria Achocolatada e Bróculo Júnior. No final da epopeia, farei um resumo da matéria dada, e falaremos das quantidades usadas para os magníficos 45. Boa viagem!

E hoje apresento-vos a minha feijoada hipster. Porquê hipster? Usa óculos de massa, tendo zeo ponto zero dioptrias, perguntam vocês? Não, errado. Usa a palavra mainstream com cara de quem está a olhar para uma fossa a céu aberto, perguntam novamente? Não, fail. Só gosta de bandas com nomes mais longos que a descendência do D. Duarte, perguntam já exasperados? Não, incorrecto. Desistem? Ok, é hipster porque tem camarões, os camarões têm bigodes, e os hipsters... Exacto, a probabilidade de um hipster usar pilosidades faciais é apenas comparável ao segmento jogador do Benfas dos anos 80. 

Acham a ligação um bocadinho forçada? Também a ascensão do Paulo Portas a Vice-Primeiro Ministro e ele não me parece nada ralado com isso. De maneiras que é esta a minha proposta para hoje. E não, não é coisa para criar derrapagens à la Expo 98. Com cinco, seis aérios já se compra meio quilo de camarão bem jeitoso. Ouviste, Merkel? Só cinco, seis aérios. Sossega, e vai comer outro prato de canja.

Querendo fazer render o peixe, queiram acompanhar a feijoada com o belo do arroz branco. Simples, eficaz e bem gostoso. Ah, e hipsters da minha vida, não vos zangais comigo. Comparar-vos com um camarão não me parece nada pejorativo. E uma feijoada até é vintage.  Até porque com o meu nível de audiências, estou tão próxima de me tornar mainstream como de fazer uma operação à próstata. E faz-se assim:

Feijoada Hipster

Tempo de preparação: Isto é coisa para demorar

Despensa:

Azeite
1 cebola grande picada
3 alhos laminados
1 malagueta (à vontade do freguês)
2 linguiças às rodelas fininhas
1/2 chouriço às rodelas fininhas
500 g de camarão tamanho médio
2 latas de feijão encarnado
1 lata de tomate aos pedaços
1 pacote pequeno de polpa de tomate
1/2 molho de coentros picados
1 colher de sopa de creme de marisco
Sal e pimenta preta moída q.b.


A parte divertida:

Põe os camarões em água quente para facilitar o strip-tease, isto, é o retirar da casca. Deixa-lhes a cabeça e o rabo. Tempera com umas pedras de sal. Cobre o fundo de um tacho grande com azeite e leva ao lume. Junta a cebola, os alhos e a malagueta. Assim que estiver a crepitar junta os enchidos e salteia uns 3-4 minutos. Assim que estiverem fritinhos, junta o camarão e deixa-o fritar 5 minutos.

Agora junta o feijão, o tomate,a polpa, o creme de marisco e os coentros (guarda uma colher de sopa deles para o grand finale) e mexe bem. Tempera com sal e pimenta (sem exageros no sal, por conta dos enchidos e do creme de marisco). Deixa apurar em lume baixinho durante 25-30 minutos. Vai mexendo de vez em quando. Polvilha com os coentros que reservaste, et voilá!

Post scriptum: Por favor, não usem miolo de camarão congelado. Não resulta, mesmo. Dá um bocadinho de trabalho descascar os bichos? Dá, mas o que se ganha em sabor vale a pena. E chupar as cabeças dos camarões? Ui!





sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos, parte VII



Aviso à navegação: esta receita faz parte do especial "Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos", a.k.a. aniversário de Ervilha Maria. De facto, tudo foi confeccionado para alimentar esta multidão, mas as receitas (com excepção das sobremesas) estão quantificadas para os 4 do costume: Ervilha Maria, Zé do Polvo, Maria Achocolatada e Bróculo Júnior. No final da epopeia, farei um resumo da matéria dada, e falaremos das quantidades usadas para os magníficos 45. Boa viagem!


Ervilha Maria adora cozinhar para a criançada. Adora ver aqueles sorrisos naquelas carinhas larocas. Não estou a falar exclusivamente dos meus piquenos: os piquenos dos amigos, da família. E até à data tenho 100% de eficácia. Não é mito urbano, os cachopos estão mais abertos a novas experiências culinárias fora do seu aconchego. 

Feliz ou infelizmente os meus descendentes não se incluem neste cliché. Maria Achocolatada é esquisitinha dentro e fora de portas, mas como princesa que é, faz de tudo para não ferir as susceptibilidades do cozinheiro: entra em modo pinguim do Madagáscar "a sorrir e a acenar", e tem um MBA em "como ocultar alimentos debaixo de folhas de alface". Já Bróculo Júnior é uma debulhadora culinária onde quer que esteja, excepção feita a doces. Por sua vez, excepção feita a bolas de berlim, cornettos de chocolate e gelado de stracciatella. Querem vê-lo feliz? Bingo! Um prato de brócolos.

Massa bolonhesa é um trunfo que mantenho guardado, que uso com frequência, e agrada a gregos e troianos, que é como quem diz a petizes e crescidos. E esta leva cenoura, o que faz os adultos ficarem de bem com a consciência, e sem dar por ela os miúdos comem legumes com a satisfação de quem está a comer naquela cadeia de fast food, cujo nome não vou pronunciar. Aquela com o logótipo do palhaço com ar de psicopata de filme de terror de série Z. Bem, vamos ao receituário:

Fusilli à bolonhesa

Tempo de preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

250 g de fusilli 
1 alho 
Sal
Azeite
400 g carne picada (metade vaca e metade porco)
Sal e pimenta preta moída q.b.
1/2 colher de chá de alho em pó
1 colher de chá de oregãos
2 cenouras raladas fininhas
1/2 receita de molho de tomate (receita aqui)
Parmesão para ralar

A parte divertida:

Prepara o molho de tomate conforme a receita (http://ervilhemarie.blogspot.pt/2013/10/simples-barato-e-da-conforto-e-nao-foi.html). Sugiro que congeles o resto, for a rainy day.

Coze o fusilli em água a ferver com um alho, sal e um fio de azeite, até ficar al dente (conforme instruções da embalagem).

Cobre o fundo de um tacho com um fio de azeite. Leva ao lume a aquecer, e junta a carne picada. Tempera com o sal e a pimenta (sem abusos que o molho já tem sal), o alho em pó e os oregãos. Vai mexendo de forma a salteá-la toda por igual, o que deve demorar uns 10 minutos em lume médio.

Junta as cenouras raladas, e mistura bem. Junta o molho de tomate, e mexe novamente. Leva a lume brando  durante 20 minutos, prova e corrige os temperos. Serve a bolonhesa em cima da massa, rala parmesão por cima, et voilá!

Post scriptum: Não dá vontade de mergulhar de cabeça aqui embaixo? Dar umas braçadas? Fazer uma apneiazita? Se calhar sou só eu...  Adiante. Esta bolonhesa é do mais versátil que há, de maneiras que se sobrar: empadão, cannelonnis, pizza, empadão, todo um mundo de maravilhas à distância de um tupperware. Pode não soar muito glamouroso, mas é de eficácia garantida.







terça-feira, 26 de novembro de 2013

Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos, parte VI


Aviso à navegação: esta receita faz parte do especial "Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos", a.k.a. aniversário de Ervilha Maria. De facto, tudo foi confeccionado para alimentar esta multidão, mas as receitas (com excepção das sobremesas) estão quantificadas para os 4 do costume: Ervilha Maria, Zé do Polvo, Maria Achocolatada e Bróculo Júnior. No final da epopeia, farei um resumo da matéria dada, e falaremos das quantidades usadas para os magníficos 45. Boa viagem!


Sei que vão achar que é mito urbano, mas pessoas de confiança garantem-me que a história que vos vou relatar é verdadeira. E reza assim:

Um grupo de jovens adultos vai visitar Amesterdão, dado o seu evidente interesse pela arte e arquitectura holandesa. Já para não falar dos românticos canais e dos coloridos jardins de tulipas. Quando dão por eles, estão numa coffe shop, claramente induzidos em erro, por aquilo que pensavam ser cheiro a lareira, conforto que as baixas temperaturas faziam almejar. Mais uma vez por pura ingenuidade, os nossos protagonistas tropeçaram nuns tais de cogumelos. Estando com uma certa larica e convencido pelo carácter saudável do pretenso fungo, um dos jovens achou por bem provar o típico pitéu. Mais tarde, o grupo separou-se do incauto jovem, que se viu com ganas de arejar depois de tão lauto petisco, tendo combinado ponto de encontro no hotel. 

Eis senão quando, passado um par de horas, o nosso guloso jovem regressa ao hotel e vai ao encontro da restante trupe afirmando paulatinamente ter encontrado um duende com poderes mágicos. Depois de muita insistência, os compinchas acederam a dirigir-se ao quarto do jovem onde estaria o dito duende. Pelo caminho faziam piadolas com a imaginação do jovem, e estavam convictos que teria sido alguma coisa que o rapaz teria comido, que certamente lhe tinha caído mal. 

Qual não foi o espanto de todos quando se depararam no quarto do nosso herói, não com um  duende de loiça, mas com um jovem anão holandês, sequestrado de uma visita de estudo, pelo nosso protagonista. O resto está em segredo de justiça, e o nosso amigo trouxe de souvenir da Holanda, não uma tulipa, mas um termo de identidade e residência.

E depois desta bonita história, apresento-vos a receita de hoje: uma espécie de cogumelos à Bolhão Pato. Simples, baratos, rápidos, e na minha humilde opinião, deliciosos. Não os usem no entanto como desculpa para cometer qualquer tipo de sequestro a indivíduos de reduzida estatura, pois os exemplares confeccionados não são da mesma raça dos da história acima narrada. Cá vai o receituário:


Cogumelos à Ervilha Pata

Tempo de preparação: Tipo Lusco-fusco

Despensa:

Azeite
1 molhinho de coentros picados
4-5 dentes de alho laminados
300 g de cogumelos de paris, cortados em quartos
Sal e pimenta preta acabada de moer
Pão torrado

A parte divertida:

Cobre o fundo de uma frigideira anti aderente, de forma generosa. Leva ao lume com o alho e 2/3 dos coentros, com o lume alto. Assim que o azeite começar a crepitar, junta os cogumelos, tempera com sal e pimenta, e mexe a frigideira sem medos. Deixa saltear uns 3 ou 4 minutos. Tapa, e deixa em lume médio 7 min, aproximadamente. Devem murchar, mas ficar "trincáveis" na mesma. Polvilha com o resto dos coentros, mais uma pimentinha e um fio de azeite, serve com o pão torrado para afogar na molhanga, et voilá!

Post scriptum: Nenhum anão foi ferido neste processo. Daquilo que se sabe ficou apenas com uma história para contar, e uma peculiar impressão das gentes lusas...





segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos, parte V




Aviso à navegação: esta receita faz parte do especial "Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos", a.k.a. aniversário de Ervilha Maria. De facto, tudo foi confeccionado para alimentar esta multidão, mas as receitas (com excepção das sobremesas) estão quantificadas para os 4 do costume: Ervilha Maria, Zé do Polvo, Maria Achocolatada e Bróculo Júnior. No final da epopeia, farei um resumo da matéria dada, e falaremos das quantidades usadas para os magníficos 45. Boa viagem!

Os filhos mai' lindos do Mundo (os de Ervilhe Marie, óbio!), quando eram mais piquenos, cantarolavam uma música que era assim "Ó seu gato lambareiro, tira a mão do açucareiro!". Ervilha Maria não é gata lambareira, no que ao açucareiro diz respeito. Deixa-se tentar mais pelos salgados, sem dúvida. Prefere uma tigela de migas (sobejamente comprovado aqui e aqui) a uma tigela de mousse de chocolate. Mas há doces e doces, e os cheesecakes são tentações que apelam à Eva que há em mim.

Este cheesecake foi protagonizado mais uma vez pela sogra do meu coração, Sô Dona Mousse. Assim, no meu aniversário não só houve Cheesecake D' A Sogra (disponível para consulta aqui), como houve este Cheesecake que suspira... E o que é que me pode fazer Ervilha Maria mais feliz que um cheesecake? Dois cheesecakes, pois está claro! É facto: a minha sogra vale um balúrdio!

E o que acharam os 45 restantes convivas desta delícia? Concordaram em género e número com esta minha apreciação. O que é que sobrou deste pecado de manga e suspiro perguntam vocês ingenuamente? O prato. E mesmo assim, fiquei com a ideia que foi lambido por alguém. E faz-se assim:

Cheesecake que suspira...

Tempo de preparação: Isto é coisa para demorar

Despensa:

250 g de bolacha maria
200 g de queijo creme
200 g de açúcar
150 g de manteiga
90 g de suspiro
1 manga grande cortada em cubinhos
2 iogurtes de manga (sem pedaços)
2 dl de natas
6 folhas de gelatina

A parte divertida:

Tritura as bolachas e deita numa tigela. Derrete a manteiga, junta à tigela e mistura bem. Deita numa forma de fundo amovível, pressiona bem para que o fundo fique bem forrado, e nivelado, e leva ao frio.

Agora bate o queijo creme com o açúcar, numa tigela. Quando estiver bem envolvido, junta os iogurtes e mexe bem novamente. Demolha as folhas de gelatina, em água fria durante 3 minutos (têm de ficar submersas). A seguir escorre as folhas, e leva-as a derreter em banho-maria, mexendo sempre. Não deve demorar mais de 3-4 minutos. Quando estiver derretida (já fora do lume), junta-lhe uma colher do preparado de queijo e mistura bem. A seguir, devolve-o ao resto do preparado e envolve tudo muito bem. Noutra tigela, bate as natas em chantilly, e de seguida envolva na mistura do queijo.

Parte os suspiros em bocadinhos (deixa 5 inteiros para decorar). Deita metade dos suspiros em cima da base de bolacha que preparaste, metade da manga por cima, e depois a mistura de queijo. Leva ao frio, pelo menos, 3-4 horas. 

Desenforma o cheesecake, com jeitinho. Tritura o resto da manga com a varinha mágica, e deita em cima do cheesecake. Para terminar, polvilha com o resto dos suspiros, coloca os inteiros como te aprouver, et voilá!

Post scriptum: Ó prá Maria Achocolatada ali a espreitar por cima da lambarice! Nunca é demais agradecer ao talentosíssimo Feijão António. Pelas lindas fotos, que não só fazem jus às receitas, como por vezes as fazem parecer ainda mais apetitosas do que são. Ah, e por ser meu amigo e por me aturar! Tenho dito!



sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos, parte IV




Aviso à navegação: esta receita faz parte do especial "Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos", a.k.a. aniversário de Ervilha Maria. De facto, tudo foi confeccionado para alimentar esta multidão, mas as receitas (com excepção das sobremesas) estão quantificadas para os 4 do costume: Ervilha Maria, Zé do Polvo, Maria Achocolatada e Bróculo Júnior. No final da epopeia, farei um resumo da matéria dada, e falaremos das quantidades usadas para os magníficos 45. Boa viagem!

Por amor da Santa, por tudo quanto é mais sagrado, pelos deuses dos tachos (sim Jamie e Nigella, é convosco, e não, não vos estou a invocar em vão) não me sirvam salsichas cocktail como entrada. Directamente do frasco para o prato, é a coisa mais deprimente do mundo, a seguir a um livro da Margarida Rebelo Pinto no Top da Fnac. Os únicos seres que as apreciam são crianças que têm como termo de comparação leite, papas e sopa sem sal. 

Quando cozinho para muita gente, gosto de ter uma entrada com carne, uma com peixe e uma vegetariana. E as salsichas são de facto uma boa solução, "in the meat department". Mas não nos fiquemos pelo "óbio", fregueses. E esta receita tem menos linhas que as instruções do pacote de esparguete. Portanto, sim demora um bocadinho mais que abrir um frasco. E então? Jamie Oliver dixit e eu assino por baixo:  "Life's too short to eat crap"- !

Estas salsichas são um petisco simples, rápido, barato e que voa do prato em menos de nada. Na fotografia, podemos apreciar Zé do Polvo no seu habitat natural, prestes a devorar duas rodelas de uma só vez, numa atitude claramente altruísta em prol de uma boa fotografia... Not! Eis a prescrição:

Pitéu de Salsicha

Tempo de preparação: Tipo lusco-fusco

Despensa:

1 colher de sopa de margarina
10 salsichas, cortadas às rodelas (das que se compram em vácuo)
1/2 colher de chá de oregãos
1 colher de sopa de mostarda Dijon (podeis usar a tradicional)
Pimenta preta acabada de moer
Sumo de limão (quantidade ao gosto do freguês)

A parte divertida:

Derrete a margarina numa frigideira anti aderente. Salteia as salsichas em lume alto durante 3-4 minutos. Junta os oregãos, a mostarda e pimenta, mexe, baixa o lume, tapa, e deixa cozinhar em lume brando durante 5 minutos. Rega com limão a gosto (para mim um quarto de limão, faz a festa). Et voilá!


Post scriptum: Embora estas salsichas sejam aqui apresentadas como entrada, acompanhadas por um ovo estrelado sorridente e com estas batatas, dão um belo prato principal. Sim,  são salsichas com ovo e batatas, mas numa versão 20.13 Ervilhe Marie style. Experimentem!



quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos, parte III



Aviso à navegação: esta receita faz parte do especial "Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos", a.k.a. aniversário de Ervilha Maria. De facto, tudo foi confeccionado para alimentar esta multidão, mas as receitas (com excepção das sobremesas) estão quantificadas para os 4 do costume: Ervilha Maria, Zé do Polvo, Maria Achocolatada e Bróculo Júnior. No final da epopeia, farei um resumo da matéria dada, e falaremos das quantidades usadas para os magníficos 45. Boa viagem!

Ora ervilhas, ervilhas, ervilhas... Bolinhas verdes saltitantes. Creme de ervilhas, tão bom! Arroz de Ervilhas, que maravilha! Ervilhas salteadas com cogumelos e cebola: felicidade suprema! Puré de Ervilhas: podia acabar os meus dias numa banheira dele, na boa! Mas teremos tempo para voltar a todos esses sítios onde já fui tão feliz, e onde vocês podem ser também. Espero eu...

Mas para começo de conversa, tinha de ser este clássico. Sei que, até a dada  altura da minha vida, não gostava de ervilhas, não consigo precisar a data. Ou se calhar bloqueei a memória por vergonha. É capaz de ser isso. Mas adiante, que eu não estou deitada num divã, e vocês não estão a receber à hora.


Uma coisa é certa: foram as ervilhas com ovos escalfados as responsáveis por este amor incondicional às bolinhas verdes saltitantes. E sempre que eu quero uma dose de conforto bem aviada, é uma malga disto que cumpre o objectivo. E com várias vantagens: ingredientes simples que tenho 99% das vezes em casa; um prato à prova de ajustamentos que só usa ingredientes baratos; e se sobrar, ó tristeza tão grande, não perde qualidades quando reaquecido, é só juntar mais um ovinho por pessoa. E faz-se assim:

Ervilhas com ovos escalfados My way

Tempo de preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

Azeite
1 cebola picada
3 dentes de alho picados
1 folha de louro 
400 gramas de entremeada cortadas às tiras
1/2 chouriço às rodelas
150 g de bacon
600 g de ervilhas congeladas
1 lata de tomate em pedaços
3 colheres de sopa de salsa picada
Sal e pimenta preta de moinho q.b.
1 malagueta (à vontade do freguês)
1 copo de vinho branco (20 cl)
1 copo de água quente (20 cl)
4 ovos
3 colheres de sopa de salsa picada

A parte divertida:

Leva um tacho ao lume com o fundo coberto de azeite. Junta a cebola, o alho e a folha de louro. Assim que a cebola estiver transparente, junta a carne e os enchidos, e vai mexendo até a entremeada estar dourada.

Agora as ervilhas, yeah! Põe as ervilhas num coador e passa-as por água quente. Junta ao tacho as ervilhas,o tomate, a malagueta e 2 colheres de salsa, e dá uma mexidela. Tempera com sal e pimenta (sem exageros, que os enchidos são salgaditos, e menos ainda se usares a malagueta). Junta os líquidos, tapa e deixa cozinhar em lume brando cerca de 40 minutos. Vai mexendo tempo a tempo, e prova as ervilhas. Se ainda não estiverem tenras, mantém ao lume mais um pouco.

Agora junta os ovos. Controla os meninos para que fiquem ao teu gosto: com a gema mole ou solidificada. Eu gosto da gema solidificada o que demora uns 7 minutos,  e de moer um bocadinho de pimenta preta em cima. Polvilha com a salsa picada, et voilá!


Post scriptum: Isto com arroz branco fica um mimo, além de fazer render mais o prato. A entremeada não é indispensável, mas faz com que o prato fique com mais "substância", e como a ideia neste dia era alimentar perto de uma corporação de bombeiros, foi uma boa opção. Substituir a entremeada por pedaços pequenos de entrecosto também resulta muito bem, e se gostarem de roer ossos como esta menina, não se vão arrepender. Eu sugiro que experimentem os vários modus operandi: qualquer desculpa para comer ervilhas, é uma boa desculpa para comer ervilhas.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

#Dia de Folga: Ervilha Maria em Castelo de Vide


Ora fregueses vou directa ao assunto: Marvão é lindo, Castelo de Vide também, e em ambos os sítios come-se muita bem. Assim mesmo, não é gralha, muita bem. Com a boca cheia. De queijo. De enchidos. De migas. De tinto. De sorrisos. De "Isto é que é vida".


Estava um frio do cacete, que estava. Mas havia sol, e sol é coisa que deixa Ervilha Maria feliz, e com vontade de fazer cenas. Pois então, passámos uma tarde a subir e a descer ruas, daquelas que apetecem repetir, mesmo com os gémeos a latejar. Visitámos mais um castelo altaneiro, desta feita o de Castelo de Vide, que tem uma vista do caraças. Passeámos no burgo medieval, como podem observar na foto acima, (mas só a paisagem, que o Zé do Polvo já tem dono, suas gulosas!). Conhecemos a Judiaria, pousio dos cristãos-novos, em tempos de intolerância (gostava de acreditar que esses tempos já acabaram, mas enfim). Recomendo vivamente a visita à sinagoga tornada museu: um sítio com história e alma dentro.


Com o corpo a pedir descanso e um copo de tinto alentejano, em boa hora aceitámos a recomendação dos donos da Estalagem de Marvão, e fomos em busca d' A Confraria, para marcar mesa e apalpar terreno. E foi amor à primeira vista. À entrada um bonito espaço de venda de produtos regionais, com tudo o que há de bom na vida, e mais um par de botas. Ao fundo uma sala de jantar, de estar, de saborear, de ficar. Sentámos, bebemos, fomos mimados com umas bolachinhas salgadas "feitas especialmente para acompanhar o vinho, vejam  se gostam", e já foi a custo que saímos dali. No quarto, ia contando os minutos, pois parecia-me que a coisa tinha tudo para dar certo.


Em casa. Do Senhor Luís e da sua simpática e talentosa esposa. Foi assim que nos fizeram sentir. Com vontade de provar tudo e sem saber por onde escolher, fomos sabiamente aconselhados pelo dono da casa que adivinhou os apetites dos nossos estômagos, antes dos próprios o fazerem. "Vou-vos dar este vinho a provar, se não gostarem abro outro garrafa";"Vejam lá, se quiserem pedir só uma dose, depois logo vêm se apetece mais";  "Ai, a si apetece entrecosto e à menina lombo? Vem um bocadinho de cada, não tem problema." Antes de sequer provar seja o que for, já estava tomada de amores.


Vou tentar ser breve, sem omitir nada, porque esta casa de facto merece que se faça justiça. Tudo o que veio para a mesa, recomendado pelo Senhor Luís e/ou preparado pela esposa vai ficar para a história. Para começo de conversa, toda a refeição foi conduzida por um supimpa "Terras de Fialho" tinto, com preço compatível com ajustamentos. Começámos por uma prova de azeites da região com um pão que era obra, e a azeitona mãe. Passámos a uma tábua de três queijos alentejanos: obscenos de bons. Avançámos sem medos para uma especialidade da casa: sopa de farrapos. É facto que sou adepta de sopa, é para mim o edredon de penas da culinária. Mas esta sopa de legumes, com entulho q.b. e fios de ovos, é coisa para converter qualquer Calvin.


Já a ver a meta ao fundo do túnel, vai de migas "com entrecosto para o senhor e com lombinho para a menina, tudo porco ibérico". Não, não é tão bom como soa. É melhor. Já eu tinha deitado a toalha ao chão, ainda Zé do Polvo se sentia com valentia para enfrentar uma sobremesa. Veio uma laranja à Confraria, o final perfeito para um jantar perfeito: laranja laminada, um fio de azeite, canela em pó, e um rebuçado de Portalegre a coroar. Parece-vos estranho? É pouco bom, é... Café, faxavôr, esmoer precisa-se! "Provem só estas bolachinhas artesanais de alecrim e mel!" Ai, Jesus, que se me apaga a luz! E agora a conta? O medo, o horror, a tragédia... 32 euros. Está tudo dito, não?


Três horas e meia, senhores ouvintes. Num sítio genuinamente bonito, a beber estupendamente, a comer divinalmente, mas não foi só isso. A conversar, a rir, a aprender com o dono de um restaurante onde entrámos pela primeira vez naquele dia, mas seguramente não será a primeira e a última. O Senhor Luís conhece todos os produtos que vende e que a sua mulher confecciona, os seus fornecedores, as adegas, as queijarias, os lagares... Partilha esse saber com os clientes, e apresenta tudo com o orgulho e a convicção que só tem quem sabe que está a vender qualidade, e o faz com paixão. Ervilha Maria e Zé do Polvo acabam a noite com um até já e uma salva de palmas que só não foi sonora por comedimento... e porque não nos atirámos à segunda garrafa de vinho. Aqui fica esse Bravo não verbalizado!


Post scriptum: "Ó Ervilha, isto agora é só boa vida? Não se faz nenhum, compra-se tudo feito, e tal..." Não fregueses, de dia de folga é tudo por agora. Amanhã voltamos ao especial "Como alimentar 45 pessoas...". E vai ser um dia bom. Porquê? Porque temos ervilhas. As simple as that!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

#Dia de Folga: Ervilha no Marvão


E foi neste preciso momento que pensei: i think this is the beggining of a beautiful friendship. E não podia estar mais certa. Como vos expliquei aqui, Ervilha Maria e seu excelso Zé do Polvo completaram 10 de anos de casório. Vai daí decidimos ir comemorar para o Marvão, passeio já prometido há algum tempo. E após apurada pesquisa, encontrei a Estalagem do Marvão, e pensei: Aqui vou ser feliz. E Ervilhe Marie não se enganou.

Chegámos a Marvão e deparámo-nos com temperaturas dignas da prateleira mais alta do frigorífico. Entrámos neste estalagem, e encontrámos uma recepção digna de derreter o iceberg que transformou o Di Caprio num douradinho do Capitão Iglo. Lareira acesa, um quarto à escolha do freguês, recomendações (que viemos a confirmar serem das boas), disponibilidade completa. Um anfitrião perfeito: 5 minutos depois de chegar, já nos sentíamos em casa. E que casa.

Este tinto (Herdade dos Muachos) e este queijo (SotoNisa) juntaram-se a nós para fazer claque no Portugal-Ibrahimovic. Foram adquiridos na Mercearia do Marvão, propriedade dos nossos anfitriões. Mas falarei disso mais à frente. Ao intervalo com 0-0 no marcador, e já muitos palavrões lançados (ainda bem que éramos os únicos na estalagem), fomos jantar à Varanda do Alentejo.



Já tínhamos dado o pontapé de saída em casa com o queijo, pelo que chegados ao restaurante fomos directos ao prato principal, e sentámo-nos lado a lado para ver o jogo, e ficar de mãos dadas feitos lamechas. E foi assim: um ensopado de borrego para o menino, umas migas com magusto de porco preto para a menina, e um Marquês de Borba ("Um dia, não são dias, amor!"- Zé do Polvo). Comeu-se maravilhosamente (with migas you can't go wrong, e que migas estas), brindou-se "comme il faut", e ainda houve tempo para gritar "Incha, Blatter!". Já não houve espaço para sobremesa, por muito que a sericaia me estivesse a assediar ostensivamente. Com cafés, se terminou este manjar, e por pouco de mais de  trinta euros se fez a festa. Perfeito.


Armados em valentões, rimo-nos na cara do termómetro, e atirámo-nos a um passeio nocturno. O estômago repleto assim o ditava, e o encanto desta terra assim o exigia. Satisfeitos com a decisão, e concretizado o objectivo de "esmoer" o banquete, voltámos para casa, quer dizer, para a Estalagem que nos cheirava a casa. Sim, e  não vos conto mais nada, que isto é um blog de gente séria, não é a Venda do Pinheiro.


Um pequeno almoço dos Deuses. Só isso. Se tiveres uma costela de americano alarve, que gosta de feijão com salsichas ao acordar, o destino é República Dominicana, não Marvão. Agora se fores como Ervilhe Marie, que fica feliz com pão quentinho, leite com café, sumo de laranja, queijinho do bom, bolo finto, e um doce de ananás que vai ficar para sempre no meu coração: o paraíso é aqui.


E lá fomos nós "esmoer" outra vez, até ao altaneiro Castelo de Marvão, que tem uma vista linda que dói. Tudo bem organizado, bem conservado, e com uma pequena loja de souvenirs com produtos de bom gosto. Nem parece Portugal...


A estadia terminou na a fazer o check out com os simpáticos donos Nuno e Catarina, a fazer umas comprinhas nesta Mercearia em que apetece viver. Mil e um produtos, locais na sua maioria, e muitos deles de produção própria. Nomeadamente um tintol que trouxe para casa, e um caderno (eu e os cadernos) capeado com uma fotografia linda a preto e branco. E se ainda não estivéssemos conquistados, ainda fomos brindados com um bolo finto de oferta. Despedimo-nos com um até já, pois sem sombra dúvida, Ervilha Maria vai voltar com a prole. Marvanenses, nos aguardem! I'll be back!


Post Scriptum: Não percam o próximo episódio "Ervilha em Castelo Vide". Um episódio polémico com sangue, suor e lágrimas... Estava a brincar: com mais tinto, mais queijo e mais migas.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos, parte II




Aviso à navegação: esta receita faz parte do especial "Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos", a.k.a. aniversário de Ervilha Maria. De facto, tudo foi confeccionado para alimentar esta multidão, mas as receitas (com excepção das sobremesas) estão quantificadas para os 4 do costume: Ervilha Maria, Zé do Polvo, Maria Achocolatada e Bróculo Júnior. No final da epopeia, farei um resumo da matéria dada, e falaremos das quantidades usadas para os magníficos 45. Boa viagem!


Faz hoje 10 anos que Ervilha Maria e Zé do Polvo se uniram pelos laços do matrimónio, sendo certo que se não na forma, no conteúdo o mesmo há muito estava consumado. Maria Achocolatada ficará conhecida para a posteridade como a menina das alianças mais veloz da história da humanidade. Assim que viu o pai, junto à mesa do conservador (pretenso altar deste casal ateu) correu qual Usain Bolt de vestido de tule e só parou no colo do noivo. Bróculo Júnior passou quase todo o tempo a dormir, mas durante meses largos pós matrimónio, sempre que via uma noiva dizia que era a mãe. Várias são as recordações incontornáveis:

- A madrinha de Ervilha Maria tropeça à entrada do local, e a irmã de Zé do Polvo, Maria Molhanga, numa tentativa falhada de lhe aparar a queda, acerta-lhe uma joelhada monumental no olho. Épico!

- Ervilha Maria é acometida de um violento ataque de tosse no momento de assinar os autos, Zé do Polvo a pensar que a noiva se finaria antes de dizer o sim ou estaria a preparar uma manobra de diversão para se pôr na alheta. Tonto!

- Ervilha Maria após apurada pesquisa, escolhe o bolo mais lindo do mundo, coberto de canudos de chocolate branco, ao invés do inefável massapão (que por norma acaba abandonado no prato), e no momento do corte do dito ouve uma qualquer tia (com a qual tinha travado conhecimento nesse mesmíssimo dia) a dizer “ Ai ca bolo tã feio!” Priceless!

- O sogro desta que vos fala, Xico Percebo, reuniu o seu extinto agrupamento de baile e cantou, entre outros êxitos, a “Ternura dos 40”. Felizmente, não foi augúrio de Carrilhices futuras, e a mão do Zé do Polvo nunca se levantou para Ervilha Maria. Ufa!

O resto foi xop-xop, champagne, bailarico, família feliz, amigos ébrios, gargalhadas, muitos beijos, e tudo o que se queria para aquele dia. Passados 10 anos, Ervilha Maria continua a sentir borboletas na barriga quando olha para Zé do Polvo, e é gloriosamente correspondida. E isso é tudo.

Portanto, para hoje temos uma bela receita d’ O meu paté de atum. O que é que isto tem a ver com o acima descrito? Nada. Mas 10 anos são 10 anos, porra! Cá vai a receita:

O Meu paté de Atum

Tempo de preparação: Tipo lusco-fusco


Despensa:

Para o paté:
1 lata de atum em azeite
1 ovo cozido
2 colheres de sopa de pickles picados
3 colheres de sopa de maionese (caseira, de preferência)
Sal e pimenta q.b.
½ colher de chá de mostarda

Para besuntar no paté:
1 cenoura em palitos
1 pepino (sem o centro de sementes) em palitos
100 g de tomates cherry partidos ao meio, salpicados com uma pitada de sal
Gressinos

A parte divertida:


Escorre bem o atum, e coloca numa taça. Junta o ovo cozido, e esmigalha-o com um garfo. Mistura rapidamente, e junta os restantes ingredientes. Passa com a varinha mágica, mas não muito. Deve ficar com alguma consistência, que Cerelac é para os bebés. Prova, e corrige os temperos se necessário. Serve com a cenoura, o pepino, os tomates e os gressinos. Et voilá!



Post Scriptum: Ervilhe Marie é desavergonhada e pedinchona. O que se há-de fazer? E como hoje é dia de festa para a menina mai' linda e para o seu mais que tudo, pedia um presente singelo e condizente com a austeridade: publicidade! Pode ser? Pretty please with sugar on top? Partilhem a página de facebook no vosso mural, sugiram aos amigos, tornem-se seguidores do  blog. A gerência agradece!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos, parte I


Aviso à navegação: esta receita faz parte do especial "Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos", a.k.a. aniversário de Ervilha Maria. De facto, tudo foi confeccionado para alimentar esta multidão, mas as receitas (com excepção das sobremesas) estão quantificadas para os 4 do costume: Ervilha Maria, Zé do Polvo, Maria Achocolatada e Bróculo Júnior. No final da epopeia, farei um resumo da matéria dada, e falaremos das quantidades usadas para os magníficos 45. Boa viagem!


Ervilha Maria é uma mulher afortunada. Não ao jogo, aí nem nas rifas me safo. Tenho ideia que o melhor prémio que trouxe de uma quermese foi, provavelmente, um pacote de lenços. Mao ao nível do amor, "i hit the jackpot". Para ajudar, ganhei uma sogra que é A Sogra. Querida que só ela, e de bónus, cozinheira de mão cheia.

A minha sogra, Sô Dona Mousse, é conhecida internacionalmente pelos seus salgados, pelos seus doces, nomeadamente... Acertaram pela sua mousse de chocolate. Mousse essa que ficou famosa por ter apressado um parto, atentem no poder da coisa!

E como sabe que este cheesecake me fala ao coração, sempre que há festarola, Sô Dona Mousse não me deixa faltar esta beleza. Bolacha, mascarpone, frutos vermelhos... Só podia correr bem. Foi das suas laboriosas mãos que saiu esta maravilha, não das minhas. Mesmo assim, achei que os meus fregueses mereciam esta receita, que inclusive já foi passada a outros, e reproduzida com sucesso. Por isso, cá vai o receituário:


O Cheesecake D' A Sogra

Tempo de preparação: Isto é coisa para demorar

Despensa:

Base:
250 g de bolacha maria moída
100 g de manteiga amolecida

Creme de queijo:
1 embalagem de queijo mascarpone
1 colher de sopa de leite
1 lata de leite condensado
8 folhas de gelatina
1 pacote de natas para bater (200 ml)
1 colheres de sopa açúcar branco

Cobertura:
500 g de frutos silvestres congelados
2 paus de canela
2 colheres de sopa de açúcar branco

A parte divertida:

Mistura a bolacha com a manteiga (à manita, claro), até ficares com uma mistura homogénea. Forra o fundo de uma forma com aro de mola, calcando de forma a conseguires uma base uniforme. Leva ao frigorífico.

Agora o creme: deita o queijo para uma tigela e bate-o um pouco com uma colher, juntando uma colher de sopa de leite. Isto vai facilitar o passo seguinte: mistura o leite condensado com o mascarpone, até que os ingredientes estejam bem envolvidos.

Demolha as folhas de gelatina, em água fria durante 3 minutos (têm de ficar submersas). A seguir escorre as folhas, e leva-as a derreter em banho-maria, mexendo sempre. Não deve demorar mais de 3-4 minutos. Quando estiver derretida (já fora do lume), junta-lhe uma colher do preparado de queijo e mistura bem. A seguir, devolve-o ao resto do preparado e envolve tudo muito bem.

Bate as natas com um colher de sopa de açúcar, até ficarem em chantilly. Envolve no preparado de queijo. Deita a mistura na forma, e leva ao frigorífico pelo menos 4 horas.

Last but not the least, a frutinha linda: leva os frutos ao lume numa frigideira anti aderente, com dois paus de canela e duas colheres de sopa de açúcar. Leva a calda a espessar, mais ou menos 10 minutos em lume brando, mexendo de quando em vez. Deixa a calda arrefecer e dispensa os paus de canela (o trabalho deles está feito). Quando o cheesecake já tiver quatro horas de frio, tira o aro de mola com jeitinho, cobre com a calda de frutos vermelhos, et voilá!


Post Scriptum: Sô Dona Mousse aconselha fazer o cheesecake de véspera, e a respectiva calda de frutos vermelhos. No dia do pecado, façam a junção. Tão, tão bom! Tenho-vos a dizer que só de olhar para a fotografia (do maravilhoso Feijão António, é sempre bom lembrar) estou a sentir um dilúvio na boca. Acho que vou ligar à minha sogra...