sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Rica em sabor, e em piadas fáceis



Sou rapariga relativamente aventureira no que à culinária diz respeito. Gosto de provar, para poder criticar. Esta também foi a desculpa que usei durante anos para papar trash tv, reality shows e afiambrados televisivos congéneres. Entretanto saí do armário. Ui, que isto ainda vai a referendo! (prometo que é a última vez que faço alusões ao Hugo Soares. Até porque tenho imenso respeito por pessoas que fazem do colar cartazes uma arte, de ser roedor político um credo, e do total desrespeito pelos direitos humanos uma escada para o estrelato... Não, não tenho! Queria muito que ele fosse falecer longe! Pronto, já me calei... Por agora.)

Mas como ia dizendo, sou rapariga para provar cozinhas de várias proveniências, produtos invulgares, técnicas inovadoras, e reinvenções que mandam a cozinha tradicional à fava. Mas há certas e determinadas coisas como as quais não vou à bola: orelha, chispe, tripa, dobrada, mão de vaca... Nem nunca me passaram pelo estreito. Abraço com gratidão o paladar que oferecem ao cozido, à feijoada, ao rancho, mas comê-los na verdadeira acepção da palavra, mastigá-los e engoli-los, não é comigo. Sim, pode ser preconceito, MAS NÃO VOU FAZER UM REFERENDO POR CAUSA DISSO, POIS NÃO? Desculpem.

Dado o exposto, embora me perca por uma bela feijoada não é coisa que peça num restaurante, sempre receosa de ver o feijão coberto por calcantes de porco e afins. Para além disso, o que eu gosto mesmo é do feijão, dispensando a carne quase por completo. É assim esta feijoada, com umas rodelitas de enchidos, a bela da cenoura que dá textura (gostaram desta, mesmo à chef?), e coentros em barda, que me levam para o meu amado Alentejo, à primeira garfada: felicidade, portanto!  Prescrição aqui em baixo:

Feijoada como eu gosto

Tempo de preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

Azeite
1 cebola picadinha
3 alhos laminados
1 folha de louro
1 malagueta
1/2 chouriço preto (corta às rodelas, e depois corta as rodelas ao meio)
1 linguiça (corta às rodelas, e depois corta as rodelas ao meio)
2 latas de feijão encarnado
2 cenouras descascadas (corta em quatro, e depois em pequenos triângulos)
1 lata de tomate pelado (passada com a varinha mágica)
4 colheres de sopa de polpa de tomate
Sal e pimenta preta moída q.b.
Coentros picados

A parte divertida:

Leva um tacho ao lume com um fio de azeite, a cebola, os alhos, a folha de louro e a malagueta. Assim que estiver o refogado lourinho, junta os enchidos e deixa alourar uns 2-3 minutos. 

Agora, junta o feijão (escorrido, mas não totalmente), as cenouras, o tomate pelado e a polpa. Tempera com sal e pimenta (sem abusos, que os enchidos já são salgados e a malagueta já lá canta), e junta os coentros, reservando um pouco para salpicar no final. Mexe tudo, tapa, e deixa cozinhar em lume médio durante 45 minutos, mexendo de quando em vez. Salpica com os coentrinhos, et voilá!

Post scriptum: Não me tomem por alarve, esta quantidade é exagerada para os quatro cá de casa. Mas, e há sempre um mas, a feijoada é daqueles pratos que de facto ficam melhor de um dia para o outro. E Ervilha não ia desperdiçar esta oportunidade, não é? Outro dado importante: acompanho sempre com arroz branco. A satisfação do meu Bróculo Júnior a embrulhar o arroz no feijão, na molhanga, tudo ao molhe e fé em Deus, vale um balúrdio. E olha que o puto sabe-a toda, fica bom que se farta.





quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Sim, são ervilhas outra vez! So what?




Uma gaja junta os trapinhos, amantiza-se, whatever. E depois tem um filho, dois filhos, um rancho de filhos, os que lhe der na bolha. Quer dizer, se forem heterossexuais. Caso contrário têm de ter o Hugo Soares na marcação rápida do vosso telemóvel, que ele é que sabe. 

Passam a ser a mulher de, a namorada de, a mãe de. Ninguém TE convida para nada, alguém VOS convida para tudo. Certo? Hell to the no (desculpem, mas em inglês soa melhor)! É bom sair a solo de quando em vez, é bom combinar coisas com as tuas amigas, os teus amigos, ou mesmo só contigo. E não és a Bruxa Má do Oeste, por causa disso. Quando os teus filhos preferirem ser comidos por um tubarão a passarem tempo contigo, vais-te arrepender de não o teres feito. Porque naturalmente os filhos vão passar de não conseguirem viver sem ti, a acharem-me mais aborrecida que um discurso do Jorge Sampaio. E depois voltam a perceber a falta que tu fazes. É a vida! 

E sim, o marido não vai morrer por passar uma noite sem ti. Naquelas noites em que ele se dedica a uma maratona de futebol espanhol, inglês, português, argentino, brasileiro... Vocês já perceberam a ideia. Quando entram em transe futebolístico, tu podias receber em casa a corporação de Bombeiros de Setúbal para uma maratona de strip, que ele não dava por ela.

É certo que não sou o melhor exemplo, a grande maioria dos meus programas incluem o meu mais que tudo e as minhas crias. Mas de quando em vez, vale a pena passar uma noitada com as gajas, fazer saltar umas rolhas de umas garrafas e dizer muita parvoíce, não é meninas? Há coisas que vale apenas fazer por nós, e só para nós. E porquê esta conversa? Faço estas ervilhas muitas vezes só para mim, quando os restantes cá de casa se querem satisfazer com um tacho de esparguete simplório. Ele há gostos para tudo e cá em casa a democracia impera. São um acompanhamento do caraças para grelhados. Eu cá adoro. Faz-se assim:

Ervilhas à la Ervilha

Tempo de preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

Azeite
1 cebola às meias luas finas
3 alhos laminados
3 colheres de sopa de salsa picada
500 g de ervilhas congeladas
Sal e pimenta preta moída q.b.
1/2 caldo de legumes
1 dl de vinho branco

A parte divertida:

Põe as ervilhas num passador, e dá-lhes um duche de água quente. Leva uma frigideira anti aderente ao lume médio, com um belo fio de azeite. Deixa aquecer só um minuto, e junta a cebola, o alho e duas colheres de salsa. Deixa saltear dois minutos, e bota as ervilhas lá para dentro e mexe. Junta um fio de azeite, esfarela o caldo de legumes por cima, tempera com sal e pimenta (sem exageros que o caldo é salgado), e deixa saltear mais 2 minutos, enquanto mexes. Junta o vinho branco, baixa para lume brando, tapa, e deixa cozinhar cerca de 15 minutos, até as ervilhas estarem tenras. Retira do lume, salpica com o resto da salsa, et voilá!


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Como levantar o astral em menos de 5-7 minutos



Não sei muito bem do que vos falar hoje, mas sei do que não vos vou falar. Não vou especular acerca dos praxados do Meco. Entre telejornais, reportagens especiais, debates, reconstituições e outros que tais, o tema está mais gasto que os joelhos do Izmailov. Já para não dizer que nem os estudantes nem o russo têm salvação possível.

Não me vou perder em teorias da conspiração sobre o "agora desapareci, afinal já aqui estou" do pequeno madeirense de 18 meses. Ouvir as demonstrações de carinho da família do louro Daniel à razão de 20 vezes por dia, tem para mim o mesmo efeito do que conhecer o Curriculum Vitae do cabeleireiro da Ministra das Finanças. Ambos são, claramente, negligentes.

Pronto, como não tenho nada para vos dizer digno de nota, espero compensá-los com esta minimal, mas pungente, receita. Um parente afastado do affogato, um primo por afinidade do café vienense... Uma bebida, uma sobremesa... Não sei bem como classificá-lo, sei que um dia me deu para isto e inspirada pela magnífica ginjinha da minha mãe, nasceu esta combinação: Café, Ginjinha, Gelado e Chocolate, que remata uma refeição "with a bang", e quase sem trabalho nenhum. O nome em sigla foi da autoria do mai' lindo dos filhos, o meu. E é do melhor para me armar ao pingarelho, tipo cocktail de gajo famoso. Eis o manual de instruções:

C.G.G.C. by Ervilhe Marie

Tempo de preparação: Tipo Lusco-fusco

Nota: Esta quantidade serve uma pessoa

Despensa:

1 bica cheia
1/2 colher de sopa de açúcar amarelo (esta quantidade é um bocadinho à vontade do freguês, por mim assim está no ponto)
1 gole de Ginjinha (mais uma vez, sintam-se à vontade para abusar, mas se abusarem da ginja têm de se conter no açúcar)
1 bola grande ou duas pequenas de gelado de Stracciatella (Baunilha ou Nata também não vai mal)
Cacau em pó e açúcar em pó para polvilhar

A parte divertida:

Deita num liquidificador a bica, o açúcar amarelo e um gole de ginjinha, e bate tudo 1-2 minutos, até fazer espuma. Põe o gelado num copo de vinho (pode ser outro, eu acho que assim dá mais sainete) e cobre com a mistura de café. Polvilha com o cacau em pó através de um passador de chá, e de seguida faz o mesmo com o açúcar em pó. Palhinha e colher de sobremesa lá para dentro, et voilá!

Post scriptum: Se quiserem fabricar esta beleza para mais gente, podem multiplicar as quantidades consoante o número de lambareiros, e botar tudo de uma vez no liquidificador. Mas o meu conselho é fazer um de cada vez, para haver espuminha para toda a gente. Isto é tão simples e tão rápido, que não vale a pena cortar caminho. Vão por mim!



terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Bolo de Aniversário para ninguém botar defeito!




Eu adoro fazer anos. É o melhor dia do ano, porque é o meu, só meu. Pensava eu... Descobri há algum tempo, cortesia de um lampião amigo, Tó Bitoque (sim, eu tenho lampiões amigos. é para verem como eu tenho um coração bom e tolerante), que o Pablo Aimar nasceu no mesmo dia que eu. Pondo de parte a questão clubística à parte (sim, sou lagarta até à medula), como é que é possível, alguém que parece ter um caniche na cabeça fazer anos (e precisamente a mesma idade) do que eu, Ervilhe Marie? C' est la vie, n'est ce pas? Se houvesse justiça neste mundo eu tinha mais likes que a Cristina "Malveira Power" Ferreira, o Nilton "Roubei a tua piada, o quê?" Rodrigues, e a Rita "Um olho no burro e outro no cigano" Pereira juntos, não era?

APROVEITO ESTA DEIXA PARA UM COMPROMISSO COMERCIAL: VÃO À PAGINA MAIS LINDA DO FUÇAS, QUE É MORMENTE E NOMEADAMENTE A MINHA (AQUI). FAÇAM LIKE, IMPINGAM AOS AMIGOS, PARTILHEM NO VOSSO MURAL, E TUDO, E TUDO, E TUDO. PORQUÊ? PORQUE FAZER UM LIKE NA MINHA PÁGINA É MUITA MELHOR QUE O COGUMELO DO ROBERTO LEAL, O CALCI NÃO SEI QUÊ, E A CENA DAS MICOSES DAS UNHAS DOS PÉS, TUDO JUNTO. SIM, EU TAMBÉM VENDO BANHA DA COBRA, MAS AO MENOS NÃO VOS LEVO DINHEIRO POR ISSO. VÁ, VÃO LÁ... AGORA... JÁ! AQUI JÁ DISSE!

Retomando o tema aniversário, é certo que adoro o meu, mas também adoro festejar os aniversários do meu clã, família e amigos. E sou relativamente assertiva, que é como quem diz chata comó caraças com o assunto. Há que comemorar, há que juntar a família à mesa com umas coisas boas de comer e de beber, e é imprescindível cantar os parabéns. E foi o que aconteceu no sábado no aniversário da sogrinha do meu coração, Sô Dona Mousse. E o Bolo de Parabéns da Sogrinha veio ao mundo para esta ocasião. Provado e aprovado: iogurte grego, leite condensado, morangos e lima... Não podia correr mal, né? Eis o receituário:

Bolo de Parabéns da Sogrinha

Tempo de preparação: Isto é coisa para demorar!

Nota: A medida usada neste bolo é o copo de iogurte

Despensa:

Massa:

5 ovos
1 iogurte grego de morango
3 copos de açúcar branco
1/2 copo de óleo
Raspa de 1 lima
3 copos de farinha 
1 colher de chá de fermento
Margarina líquida e farinha para forrar a forma

Cobertura:

1 lata de leite condensado
1/2 lata de  leite
Sumo de 1 lima
Raspa de lima
Morangos

A parte divertida:

Hora de pôr a batedeira a trabalhar! Bate o açúcar com as gemas e o iogurte. Junta o óleo  e a raspa de lima e continua a bater. Last but not the least, junta a farinha e o fermento, e continua a bater. Este processo demora cerca de 10-15 minutos. Parecemuito? É a batedeira a trabalhar, who cares?

Liga o forno a 200º. Bate as claras em castelo. Unta a forma com a margarina, cobre com farinha e sacode o excesso.  Agora deixa a batedeira descansar e vai buscar a colher de pau: junta as claras no preparado das gemas, envolvendo "doucement" (que é como quem diz com jeitinho, de forma a conseguir uma massa homogénea, sem perder a leveza das claras. Deita a massa na forma, e leva ao forno 40 minutos. Pica com um palito aos 30 minutos, para ver o ponto de situação. Tudo depende do forno!

Agora vamos tratar da cobertura decadente de lima: junta o leite condensado, o leite e o sumo de lima, e mistura bem. Leva a lume brando, e vai sempre mexendo até espessar. A operação demora uns 10 minutos, e requer empenho e atenção para não queimar. 

Desenforma o bolo e cobre com a cobertura (olhó pleonasmo!). Raspa um pouco de lima por cima, decora com os morangos, et voilá!

Post scriptum: O seu a seu dono: este bolo é uma variação do tradicional, mas não menos gostoso, bolo de iogurte da minha mãezinha, Gamba Manuela. Descubra as diferenças: usa um iogurte natural, em vez do grego de morango; e substitui a raspa de lima por limão. A cobertura foi criada para a ocasião pou moi même, porque bolo de aniversário, que é bolo de aniversário, tem de ter cobertura. Mas aqui que ninguém nos ouve, este bolo simples acompanhado com uma bela caneca de café com leite é coisa para me dar um quentinho na alma. E a vocês?


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Porque o Popeye é que a sabia toda...



Filha única até aos 6 anos, criada na barra da saia de uma mãe doméstica, desprovida de legiões de primos por não ter família a habitar nas redondezas, a pequena Ervilha com quatro anos sentia-se mais à vontade com sexagenárias, do que com os seus pares. Receosos de estarem a criar uma neandertal de tótós, os meus ricos pais decidiram que era boa ideia mandarem-me para o jardim infantil. Vendo-me com o entusiasmo de um transeunte do corredor da morte, senhora minha mãe explicou-me que tinha mesmo de ir, pois ela ia trabalhar para um perfumaria na Baixa. E não é que era tanga?!?!?! Aos 14 anos caiu este mito, descobri toda a verdade, fiz uma fita do caraças e depois passou-me. Mãezinha, paizinho, estais perdoados! Nomeadamente por terem desistido da ideia do jardim infantil passados dois meses, dadas as enchurradas diárias de choros, birras e lamentos. Que ganda fiteira que eu era! 

Também em gaiata, a minha avó logrou em convencer-me que os desenhos animados do Popeye eram baseados em factos verídicos, e se eu queria ser forte e saudável, nada com umas belas pratadas de sopa de espinafres. Que ganda lorpa que eu era! Desmascarado mais este mito ganhei tal raiva à dita verdura, que jurei para nunca mais. Mas nunca é uma palavra muito forte, não é? Já fiz as pazes com os espinafres, e acho que já não assim tão lorpa. Wishful thinking, claramente!

Um dos grandes responsáveis pelo enterrar do machado da paz, foi o espinafre em modo esparregado, que aqui vos trago hoje. Seguramente, um dos meus acompanhamentos favoritos. Não é o mai'lindo, que não é, prova disso foi a verdadeira missão impossível que se revelou esta reportagem fotográfica. Desculpem qualquer coisinha que as imagens não são as melhores, mas não deixem travar por isso. Isto é coisa para lamber a colher de pau. E faz-se assim:

Esparregado à Popeye

Tempo de preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

Azeite
1 folha de louro
2 alhos
400 g de espinafres congelados (retira do congelador 1 hora antes)
Sal e pimenta preta q.b.
3 colheres de sopa de vinagre
2 colheres de sopa de farinha
0,5 dl de água
Sementes de sésamo

A parte divertida:

Leva uma frigideira ao lume com um fio de azeite, dois alhos "esmurrados" e uma folha de louro. Junta os espinafres congelados, tapa, e deixa cozinhar até estarem completamente descongelados (cerca de 10 minutos), mexendo de vez em quando. Tempera com sal e pimenta, junta o vinagre e deixa apurar mais 2 minutos.

Retira do lume, dispensa a folha de louro (já fez o trabalho dela), e passa com a varinha mágica. Mistura a água com a farinha para fazer uma espécie de pasta. Leva a frigideira de novo ao lume, junta a mistura da farinha e mexe bem para envolver tudo e não criar grumos, e rectifica os temperos. Deixa mais dois minutos em lume brando, termina salpicando com sementes de sésamo, et voilá!

Post scriptum: A questão do vinagre é importante nesta receita, e deve obedecer ao gosto do freguês. Assim, sugiro que vão colocando aos poucos, vão provando e aumentem a dose se acharem por bem. A quantidade proposta dá um esparregado moderadamente avinagrado, que é como eu gosto. E é isso.


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Branco é, galinha o pôs, Ervilha o quitou



Eu adoro deitar-me numa cama acabada de fazer, e odeio fazer a cama de lavado. Gosto de sair do cabeleireiro com aquela sensação de vento no cabelo, detesto as três ou mais horas que lá perco, que me parecem as mais mal gastas da minha vida. Adoro ver os Óscares em directo, e quase que morro de raiva dos 3748 intervalos recheados pela mais recente coqueluche da ficção da TVI. Jamais esquecerei o ano maldito de 1999, em que ouvi o genérico dos "Jardins Proibidos" ad nauseam". Que é como quem diz até ao grómito. Sendo que a exposição a um dueto Gonzo/Bilac durante mais de três segundos, me põe a bolsar tipo a miúda d' O Exorcista. Sim, estou marcada para a vida por este acontecimento.

Pelo-me por um belo puré de batata, e fujo de descascar batatas como o Ricardo Salgado do fisco. Sinto-me uma mãe premium a fazer uma canjinha para as minhas constipadas crias, mas desfiar a galinha dá-me tanto prazer como uma ida à Segurança Social. Ui, roupa velha no Natal, ca bom! Tirar as espinhas ao bacalhau e desfiá-lo, blhac! Sim, Ervilha Maria é mulher de amores e ódios. E estima tanto uns como outros. Se calhar, com preferência para os ódios, mas não digam a ninguém.

Adoro o meu marido, não adoro a pancada que ele tem por omeletes. Verdade seja dita, que nunca morri de amores por estes embrulhinhos de ovos. Já um singelo ovo estrelado ou um cremoso ovo mexido são coisa para me fazer feliz. Mas clichés à parte, há de facto a excepção à regra. E esta omelette soufflé é essa excepção. E de brinde, esta beleza dá-me cá uma sensação de finesse, que upa, upa, puxadote! Eis a prescrição:

Omelette Soufflé avec champignons, caraças!

Tempo de preparação: Tipo Lusco-fusco

Despensa:

2 ovos
Salsa picada (quantidade à vontade do freguês, mas basta uma colher de sopa, mais coisa menos coisa)
Sal e pimenta preta  moída q.b.
1 fio de azeite
1 alho picado
4 cogumelos de Paris frescos, laminados
1 colher de sopa de margarina

Serve 1 pessoa

A parte divertida:

Separa as gemas das claras. Bate as claras em castelo com uma pitada de sal e pimenta. Bate as gemas com a salsa picada. Leva uma frigideira ao lume com um fio de azeite e o alho picado. Assim que o azeite estiver quente, junta os cogumelos, tempera com uma pitada de sal e pimenta, e salteia durante cerca de 5 minutos.

Liga o forno a 200º. Envolve as gemas nas claras, "doucement". Derrete a margarina numa frigideira anti aderente, e inclina-a para untar bem. Cobre a frigideira com a mistura dos ovos e deixa cozinhar em lume médio cerca de 4 minutos, até o centro estar firme e os lados descolados.

Leva ao forno 3 minutos. Retira do forno, recheia com os cogumelos, dobra ao meio, descolando à volta com a ajuda de uma espátula, vira para um prato, et voilá!

Post scriptum: Não gostam de cogumelos? Custa-me a perceber, mas eu obcecada pelos belos fungos me confesso, daí a minha estranheza. Não reneguem, no entanto, esta omelete catita e cheia de sainete por causa disso. Recheiem com presunto, com bacon frito, com um queijo que vos aqueça o coração, com espargos salteados... Com o que vos der na real gana! Ou então não recheiem com nada que fica bem boa na mesma. Tenho dito! 


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Faz-se assim: Xau, Tau, Pimba!



Hoje, fregueses, é dia de cartaz cultural. "Olha prá Ervilha armada em intelectual!" Não é nada disso! Sou miúda generosa, que gosta de partilhar o que de bom me vem parar ao colo. Sim, também sou uma cabra venenosa quando tropeço em certos e determinados pedregulhos, pedregulhos esses capazes de despertar o Dexter Morgan que há em mim. Mas não vamos falar sobre o Miguel Sousa Tavares, que eu acabei de almoçar agora. Adiante... Assim, aqui ficam cenas que me andam a fazer feliz de momento:

- Na grande tela: "The Wolf of Wall Street" (trailer aqui). Scorsese Reserva e Di Caprio Premium, com uma chuva de deboche. Ide. Já!
- Na pequena tela: "Breaking Bad" (trailer da primeira temporada aqui). Sim, a série até já acabou, e eu só comecei a ver agora. E então? 
- Na mesinha de cabeceira: "Enquanto Lisboa Arde, o Rio de Janeiro Pega Fogo" (à venda aqui). O Hugo Gonçalves faz crescer em mim o monstrinho verde da inveja. Que bem que escreves, pá!
- No balcão da cozinha: "Prazeres Divinos" (à venda aqui).The one and only Nigella Lawson a fazer das dela, e tão bem. Um livro de receitas que se lê como um romance. Obrigada, paizinho, Tó Bacalhau, pelo presente de Natal!
- No iPod: 40 Caríssimas Canções do Sérgio Godinho (aqui), 22:38 do António Zambujo (aqui), Voz e Guitarra 2 (aqui). Sim, o que é nacional é bom! 

Pronto e é isto: food for the thought. E agora comer para a pança! Gostaram desta ligação? Subtil que nem uma bigorna, não? Bem, a carbonara é um "personal favorite" da minha mai' velha, agradando no entanto a todo o clã. Não só sai barato, como se faz com ingredientes que habitam por norma em qualquer despensa/frigorífico. Prepara-se num ápice, mas mesmo um ápice. O que é que querem mais? Ah, a receita, pois. Ei-la:

Spaghetti Carbonara Style

Tempo de preparação: Tipo Lusco-fusco

Despensa:

1 pacote de esparguete (500 g)
1 alho 
Azeite
Sal e pimenta preta moída q.b.
1 alho
0,5 dl da água de cozer o esparguete
150 g de bacon aos cubos
4 ovos
200 ml de natas magras
2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado, e mais um pouco para o grand finale

A parte divertida:

Leva uma panela de água ao lume, até ferver. Coze o esparguete "al dente" com um fio de azeite, um alho e uma pitada de sal,  escorre e guarda um pouco da água da cozedura (cerca de 0,5 dl). Leva uma frigideira anti aderente ao lume, e salteia o bacon durante 4-5 minutos. Reserva.

Bate os ovos com as natas, os ovos e o queijo ralado, e tempera com sal e pimenta (não te estiques no sal, porque o esparguete já foi temperado, e o bacon e o queijo são salgados). 

Volta a levar a frigideira com o bacon  ao lume, junta o esparguete e deixa ao lume 2-3 minutos, mexendo sempre. Baixa o lume, adiciona a mistura dos ovos, a água da cozedura, e mexe com convicção durante 2-3 minutos. A ideia é ficar cremoso, por isso é só deixar que a mistura de ovo aqueça, sem cozinhar. Para o grand finale, rala mais um pouco de queijo por cima (a gosto), mói um pouco de pimenta, et voilá!

Post scriptum: Eu uso natas magras, porque acho que com as "standard" a coisa fica enjoativo, mas não se prendam por mim. Devo também acrescentar que quando posso, uso pancetta em vez de bacon: merece a minha preferência em comparação com o dito, mas é mais cara e mais difícil de arranjar. Portanto, se quiserem e puderem fazer com pancetta dá outro sainete, mas não deixem de se lambuzar com uma carbonara por causa disso. O bacon cumpre.


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Marmita Pleaser



As minhas crias andavam há muito a construir um verdadeiro muro de lamentações sobre os repastos da cantina escolar. Mais que um muro, a coisa já estava a tomar proporções de Muralha da China.  Sugeri então que aderissem à bela da marmita, e ofereci um serviço de catering exclusivo, de elevada qualidade e carregadinho de mimo. Estava convicta que devido "à pressão dos pares", que é como quem diz "o que é que os outros irão dizer?", não iam achar muita graça à ideia. Pois que estava completa, total, e redondamente enganada. 

Bróculo Júnior e Maria Achocolatada não só adoraram a ideia, como nunca mais quiseram outra coisa. Criaram inclusivamente legiões de amigos que, depois de deixarem pratos de batatas encruados e peixe sensaborão, os perseguem em busca de uma dentadinha no panado (receita aqui), só um bocadinho de panado (ver aqui), ou uma provadela de tortilha (que está aqui). Tudo coisas práticas, rápidas, económicas e gostosas que se farta. E eu ganhei mais um argumento quando eles resolvem apoquentar-me o juízo: "Portam-se mal, voltam a almoçar na cantina!" Dá sempre jeito.

Estas salsichas folhadas fazem parte das marmitas amiúde, e eles gostam delas que se fartam. E porquê salsicha folhada e não folhado de salsicha? Bróculo Júnior esclarece: "Porque folhado de salsicha é aquele monte de massa gordurosa que se esfarela toda à volta de uma salsicha mirrada. E os teus não são assim, mãe. Felizmente!" Pronto, assim seja! Eis a prescrição:


Olhá salsicha folhada!

Tempo de preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

2 rectângulos de massa folhada, previamente descongelada (cerca de 400 g)
Farinha
2 latas de salsichas de aves (20-24 salsichas)
Mostarda à antiga (que é como quem diz mostarda com grão, mas podem usar a "standard")
1 ovo batido com uma colher de água
Papel vegetal untado

Dá 20-24 folhados

A parte divertida:

Estica os rectângulos de massa até ficarem com pouco mais de metade da espessura original, e divide-os ao meio na horizontal. A ideia é enrolar a salsicha, sobrepondo ligeiramente a massa para fechar. Assim: coloca uma salsicha em cima da massa. Põe um pouco de mostarda, cobre com a massa, e corta a massa de forma a sobrar um pouco para fechar "tipo envelope".  Pincela o rebordo com o ovo, pressiona um pouco, e dobra as pontas. Repete a operação até terminar a massa.

Liga o forno a 210º. Forra um tabuleiro com o papel vegetal, coloca os folhados com algum espaço entre eles, pois vão aumentar. Pincela com o ovo, e leva ao forno cerca de 15 minutos, até estarem douradinhos, et voilá!

Post scriptum: Aqui esta que vos fala, por norma faz esta quantidade, e congela metade. Assim se quiserem fazer apenas para uma refeição, é fazer metade da receita. No entanto. acho que vale a pena gastar mais um pouquinho de tempo, e ter estas delícias no congelador, para uma refeição rápida, um lanche, um piquenique, ou apenas porque sim. 



sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Porque de manhã é que se começa o dia!



A malta acha que é alarve, a malta acha que tem dias que em vez de comer enfarda, a malta tem peso na consciência. A malta vai a um resort e vê uma sexagenária no bufet de pequeno almoço a carregar duas conchas de feijão, o correspondente à pata traseira esquerda do porco em bacon, uma omelete e um pão de quilo. E a malta fica a achar-se mais regrada que as freiras carmelitas enclausuradas dos Alpes.

Esta que vos fala, no que ao pequeno almoço diz respeito, fica em êxtase culinário com leite com café, pão quente, manteiga ou queijo fresco. Em contexto hoteleiro, vinde a mim panquecas e sumo de laranja acabadinho de espremer, e é quanto baste para terem uma Ervilha Maria sorridente. Não sou rapariga que saia dispendiosa, portanto. Não têm nada que agradecer, magnatas da hotelaria desta vida!

Sendo a Ervilha uma pelintra, pernoitar em hotel com pequeno almoço quilométrico não é coisa que aconteça amiúde. E uma vida sem panquecas, é uma vida mais triste. Ainda para mais, as minhas crias partilham desta minha opinião. Desse facto resultam doses periódicas de graxa, em troca de uma banquete de panquecas. E eu faço tudo por eles, não é? E faz-se assim:

Ora, Panquecas!

Tempo de preparação: Tipo Lusco-fusco

Despensa:

100 g de farinha com fermento
2 colheres de sopa de açúcar amarelo
1 ovo
1,5 dl de leite
Óleo

Dá 8-12 panquecas, dependendo do tamanho

A parte divertida:

Mistura a farinha com o açúcar. Deita para a batedeira, junta o ovo e metade do leite e bate durante 2-3 minutos. Junta o resto do leite e bate até fazer bolhinhas.

Leva uma frigideira anti aderente  ao lume pincelada de óleo, e frita as panquecas da seguinte forma: meia concha no centro da frigideira e quando a superfície "coagular" e fizer bolhinhas, vira com uma escumadeira. Isto é muito rápido, mais ou menos dois minutos por panqueca. Et voilá!

Post scriptum: A panqueca, por si só, é uma coisa maravilhosa. Mas se quiserem alambazar-se como se não houvesse amanhã, juntem: manteiga, queijo, fiambre, molho de chocolate, maple syrup (que é como quem diz xarope de ácer), nutella, doce, geleia, compota, açúcar, canela... Enfim, o céu é o limite.  Bom fim de semana, fregueses!


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O Regresso ao Futuro das Salsichas Enroladas



Posso nomear todos os vencedores dos Big Brotheres, Secret Story's, Desafios Finais e demais sucedâneos, alguma vez transmitidos na televisão portuguesa. Com jeitinho, os finalistas também. É nesta altura que o senhor cá de casa diz "Tu às vezes assustas-me!". Com um ar verdadeiramente aterrorizado. Tipo quando lhe ligam da oficina para dar o orçamento da revisão. Pavor, portanto!

E não, não tenho vergonha disso. Foi um processo gradual, tive que lidar com discriminação, os olhares enviesados, com os bullys desta vida... Mas finalmente, ganhei força, e saí do armário. E com coragem grito a plenos pulmões: os realitys shows fazem-me feliz. E a Teresa Guilherme é a maior. Pronto, já disse. 

Ressalvas a fazer: não voto em ninguém, não torço por ninguém, porque não gosto ninguém. Simplesmente, aprecio ver duas dezenas de seres intelectualmente diminuídos numa casa, a enterrarem-se uns aos outros. E sim, o verbo enterrar aqui pode ter diversos sentidos. Sim, eu gosto de dizer mal de cenas e pessoas várias. E este é o veículo perfeito para isso.

E porquê proclamar esta TVfilia exactamente hoje? Porque as salsichas enroladas fazem-me lembrar-me os concorrentes dos BB's e afins que passam toda uma prestação  a ser frontais e humildes, embora isso lhes afecte o psicológico, por que são 24 sobre 24 horas (como não amar este mundo, nem que seja só pelo dialecto). Não passam em óculos escuros dentro de casa (que é uma coisa que me encanita) e estão ininterruptamente enrolados em edredóns. É isto. Sim, a minha mente percorre caminhos tortuosos. É tão verdade como estas salsichas serem uma delícia retro, tantas vezes feitas pela minha mãe. Manual de instruções infra:

Salsichas em edredón de couve

Tempo de preparação: Isto é coisa para demorar

Despensa:

1 colher de sopa de margarina
8 salsichas frescas (eu uso de porco, mas é à vontade do freguês)
1 linguiça, cortada em meias luas finas
1 cebola picadinha
2 alhos picadinhos
1 folha de louro 
1 lata de tomate aos pedaços
4 colheres de sopa de polpa de tomate
1 copo de vinho branco (20 cl, mais coisa menos coisa)
Sal e pimenta preta moída q.b.
10 folhas grandes de couve lombarda (com os talos aparados)
1 malagueta (à vontade do freguês)

A parte divertida:

Derrete a margarina num tacho, e dá uma "entaladela" às salsichas até ficarem coraditas. Reserva (sinto-me tão profissional quando digo isto). Salteia a linguiça no mesmo tacho. Reserva. Isto a fazer uma caminha de gostosura, só pode correr bem. Põe água ao lume numa panela, para escaldar as folhas da couve.

Refoga a cebola, o alho e a folha de louro no tacho. Assim que estiver dourado, junta o tomate, a polpa, metade do copo de vinho, e tempera com o sal e a pimenta, tapa, e deixa a cozinhar em lume brando durante 10-15 minutos.

Agora vamos agasalhar as salsichas (isto não soa muito bem... ou soa?): escalda a folha de couve (30 segundos em água quente), com a folha com o talo na horizontal, coloca a salsicha paralela no extremo da folha, dobra os excedentes dos lados para cima da salsicha, enrola, e espeta um palito no meio. Tcharan! Vão ver que não custa nada.

Retira o molho do tomate, dispensa a folha de louro (já fez o trabalho dela), e passa com a varinha mágica. Tira metade do molho para uma taça, alinha as salsichas no tacho e cobre com o resto do molho. Junta a malagueta, o resto do vinho e salpica com a linguiça. Tapa, deixa cozinhar em lume brando durante meia hora, et voilá!

Post scriptum: E perguntam os fregueses "E acompanho isto com o quê?" Tradicionalmente com arroz branco. Também fica com supimpa com puré de batata. Mas só com umas fatias de pãozinho torrado, assim tipo ensopado, é coisa para fazer Ervilha Maria feliz. Esta receita é dedicada a um Real amigo, com Real graça e Real talento.  Olha que Realmente, foi muito bem lembrado!











quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Com sopa e almôndegas, you can't go wrong



Ele há pancadas, pancadões e pancadinhas a pulular por esse mundo afora. Para todos os gostos e feitios. Taras e manias de diversas formas e conteúdos. Olha o José Eduardo Moniz... Aquilo é um fetiche com o Joker, ninguém me convence do contrário. E o Zézé Camarinha? A ser verdade que as bifas deglutidas pelo algarvio davam para encher o Meo Arena... Elas trazem o "fogg" agarradinho às vistas quando aterram no Algarve, só pode. Enfim...

Pois aqui a Ervilha Maria tem todo um manancial de pancadas. Não há blogosfera que comporte tamanho arsenal. Mas há pancadas das boas, que dão frutos proveitosos. Não, não estou a falar da pancada que tenho pelo meu mais que tudo, Zé do Polvo. Isso é toda uma outra liga. Aquilo a que se chama o amor, na gíria. 

Estou a falar da minha pancada por fazer almôndegas. Há qualquer coisa neste processo de criar estas pérolas, que me deixa do mais zen que há. Vá-se lá saber porquê, mas confesso que incentivo esta taradice. Não só os resultados são deliciosos, como agradam particularmente a um dos meus públicos-alvo favoritos: os petizes. Certo é que os adultos se deixam encantar por elas de igual modo. Esta receita junta assim dois grandes amores: almôndegas e sopa. Bom, mas bom! Eis o manual de instruções:

Guelas de frango metidos num caldinho

Tempo de preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

1 peito de frango grande picado
2 fatias de pão de forma, demolhadas em leite
Sal e pimenta preta de moinho q.b.
2 colheres de sopa de farinha
1 colher de sopa de margarina
3 cenouras descascadas e cortadas em meias luas
1,5 l de água a ferver
2 caldos de galinha
150 g de massinha (cuscuz, estrelinhas, letras)

A parte divertida:

Escorre o pão de forma. Mistura a carne com o pão esfarelado, e tempera com sal e pimenta. Faz pequenas almôndegas com este preparado e passa-as por farinha.

Derrete a margarina numa panela larga, e salteia as almôndegas (abana a panela, para não pegarem). Junta a cenoura, e assim que as almôndegas estiverem coradinhas, deita a água na panela e os dois caldos de galinha, e tapa.

Passados 15 minutos, junta a massinha, mexe, rectifica os temperos, deixa ao lume até a massinha estar cozida (aproximadamente 8 minutos), et voilá!

Post scriptum: A bem dizer, esta sopa é uma refeição. Com um faneco de pão, um queijinho e um presuntinho, fica feita a festa. Ou com um croque mussuá (receita aqui), ui, ui! Mas fica à vossa consideração, ou do vosso estômago! Bom proveito, fregueses!



terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Dia de cliché no estaminé: biscoitos e chuva. E mamas.



Odeio chuva. Detesto mesmo. A chuva é a minha kriptonite. A chuva dá-me vontade de... Porra, a chuva não me dá vontade de nada, a não ser barricar-me na cama, tipo Manuel Subtil, mas sem barba. A chuva só é boa, se estiver a fazer conchinha com o meu mais que tudo. Ah, e gosto de galochas, a chuva também é boa por causa disso. Se bem que sou menina para usar galochas, sem que a precipitação se verifique. 

Conheço o cliché: a chuva transforma toda a gente em pasteleira extraordinaire. É vê-los a postar fotos de bolos e bolinhos e bules de chá, assim que começa a pingar. Pois a Ervilha tem de resistir à neura provocada pelo aguaceiro, e arrastar-se para a cozinha a bem das necessidades alimentícias do clã. Na verdade, neste caso concreto, foi a Maria Achocolatada que me arrastou. E lá me conseguiu descolar da manta, e lá fomos nós meter a mão na massa. Por acaso foi o robot de cozinha que fez a maior parte do trabalho, mas é uma expressão que fica sempre bem.

Resisti, pensei, reflecti, considerei, mas não consegui evitar baptizar estes biscoitos desta forma. Parecem mamilos de mulata, o que é que eu hei-de fazer? Não ia desistir deles por causa disso, porque são bem bons. Assim, achei melhor, numa clássica fuga para a frente, assumir a semelhança. Em inglês até fica fofinho, não? E faz-se assim:

Chocolate Tittys, que é como quem diz, maminhas de chocolate

Tempo de preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

300 g de farinha
1 pitada de sal
1 colher de chá de fermento
3 colheres de sopa de chocolate em pó
100 g de margarina aos pedaços
100 g de açúcar mascavado
2 ovos grandes
3 colheres de sopa de mel
pastilhas de chocolate de leite
papel vegetal untado

A parte divertida:

Eu faço estes biscoitos no robot de cozinha com a pá da massa, mas acredito que a coisa se faça na batedeira de igual forma. Vamos lá!

Deita a farinha, o sal, o fermento e o chocolate no robot, e mistura. Junta a margarina e o açúcar, e volta a misturar. Bate os ovos com o mel, e junta à massa no robot. Bate até estar tudo ligado. Liga o forno a 180º.

Forra o tabuleiro com o papel vegetal untado.  Deita pequenas colheradas de massa no papel, com espaço entre elas, uma vez que os biscoitos crescem bastante. Põe uma pastilha em cada um, leva ao forno 20 minutos, et voilá!

Post scriptum: A massa deve dar para dois tabuleiros, aproximadamente. Happy days, portanto! Se conseguirem parar de comer, é claro. É guardá-los num frasquinho, e vê-los a levarem sumiço, progressivamente. Fazem uma parceria milagrosa com um cafézinho, e animam qualquer lancheira. Portanto, ide espalhar magia, fregueses!