quinta-feira, 19 de junho de 2014

Às vezes também não faço nada e compro tudo feito: Queres llaollao. comigo?



Permitam-me um ponto prévio, antes de partilhar esta minha mais recente obsessão. É importante contextualizar os fregueses, no que diz respeito à minha relação com os gelados:

- Quantos ao "gelados de arca", o Fizz de Limão é o único que me faz feliz (vocês sabiam que o Fizz é do melhor ressaca? Quer dizer, não que eu me emborrache, foi um amigo que me contou...). Os outros: uns são só gelo, e os restantes não me refrescam. E na minha humilde (e um pouco tonta, dirão vocês) opinião, coisa doce que não refresca não é gelado, é sobremesa.

- Nos gelados-sobremesa, os de "bola" sempre me tintilaram muito mais. Mas desde que visitei a Bella Italia, a meca dos gelatos... Tudo o que provei fora da Bota,  me passou a saber assim a modos que a desenxabido, a contrafacção feirante. O problema bem pode ser meu, assumo. É só mais um, aliás...



Encontrava-se assim Ervilha Maria orfã de um gelado que lhe enchesse as medidas, porque parecendo que não dar um pulinho a uma Roma ou uma Florença quando lhe apetece um copo com uma bola de morango e outra de limão é coisa para sair um bocadinho pró dispendioso.

Mas esse estado de desencantamento sorveteiro, finou-se no dia em que, num centro comercial, um anjo de avental com letras verdes me deu a provar um copinho de llaollao. Foram arpas, coros de anjos, todo um fogo de artifício no meu palato, uma rave no meu céu da boca.



Iogurte gelado, a saber aos iogurtes que a minha mãe fazia numa iogurteira laranja e branca, com que me lambuzava enquanto via o "Agora Escolha". Como se isto não fosse suficientemente espectacular por si só, juntem-lhe todo um arsenal de cenas, conforme podem apreciar, aqui em baixo.






A acrescentar aos predicados já referidos, é feito de leito magro, a.k.a. amigo da consciência e da anca. É claro que se optarem por chafurdar no doce de leite e nos chocolates... Mas adiante. A llaollao. é uma marca espanhola e o nome fofinho quer dizer... tambores... nhami, nhami. E está tudo disto não está? 

Post Scriptum: Para quem me segue desde os primeiros episódios, isto pode já soar a lenga-lenga. Para eles as minhas desculpas, e a minha eterna gratidão e estima. Para os mais recentes tripulantes, aqui vai: isto não é publicidade, não é patrocínio, ninguém me paga para dizer estas tolices. É só o meu lado simpático e altruísta que gosta de partilhar coisas catitas com os fregueses. Tenho dito! Mais sobre a llaollao. aqui:

Facebook: https://www.facebook.com/llaollaopt

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Uma das razões porque o forno é um dos melhores amigos da Ervilha




Sim, está tudo um pouco cansado das maratonas de factóides sobre o Mundial. Sim, já conheço melhor o joelho do Cristiano Ronaldo do que o meu. Sim, o facto do Mundial aumentar a exposição ao Nuno Luz, é coisa para maçar bastante. Sim, o futebol não põe comida no prato, não faz descer a taxa do desemprego, não apaga fogos, nem reduz a criminalidade. E depois?

Não me sinto menos consciente do estado das coisas, por vibrar com a Selecção. Não aceito que me enfiem o capacete de alheada por gritar "Chuta, Meireles!", "Até os comemos!", "Acreditem, porra!". Da mesma forma, que não sou cega à canalização de fundos para o Desporto-Rei que fariam falta na paz, no pão, na habitação, na saúde e na educação. Mas hoje... Hoje vou dar pontapés na atmosfera, vou-me ajoelhar em frente à televisão, vou fazer figuras tristes, vou pular com os amigos e família (espero que não me escape nenhum palavrão), vou beber umas minis, e vou gritar Portugal! 

Esta mixórdia, que vos sugiro hoje, é uma goleada em qualquer mesa, uma trivela de sabores, um livre directo de gostosura. PORTUGAL, PORTUGAL!!! Sai barato, e rende pa' caraças! PORTUGAL, PORTUGAL!!! É o que se quer, não? PORTUGAL, PORTUGAL!!! E faz-se assim: 

Mixórdia de frango gratinada

Tempo de preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

2 peitos de frango, em cubos pequenos
Sal e pimenta preta moída q.b.
1 colher de chá de tomilho
Azeite
1 cebola picadinha
2 alhos ralados
3 cenouras raladas
1 dl de vinho branco
1 pacote de batata palha
20 cl de natas magras
1/2 colher de sopa de mostarda antiga
1 punhado de queijo cheddar ralado
Salada de alface, tomate e cenoura com sementes de abóbora torradas, para acompanhar

A parte divertida:

Tempera o frango com sal, pimenta e o tomilho. Rega com um fio de azeite para envolver, e reserva.

Leva um tacho ao lume com um fio de azeite, junta a cebola, o alho e a cenoura, e deixa refogar uns 5 minutos. Adiciona o frango e salteia até estar tudo douradinho, uns 6 minutos. Junta o vinho, tapa, e deixa cozinhar em lume brando durante 15 minutos.

Liga o forno a 210º. Junta a batata palha e mexe bem. Adiciona as natas, a mostarda e mais uma pitada de pimenta e sal, envolve bem, e deixa cozinhar mais 3 minutos. Deita o preparada num tabuleiro, cobre com o queijo, e leva a gratinar durante 10 minutos, et voilá!

Post scriptum: Esta receita é peRfeita para acompanhar o jogo de hoje. Tratam de tudo antes da bola, sofrem descansadamente pela Selecção, e no final forno com o tabuleiro. Quem é amiga, quem é? Ah, e ... PORTUGAL, PORTUGAL, PORTUGAL!!!




sábado, 14 de junho de 2014

À fatia, quem é que se avia?




Ervilha Maria gosta de futebol, aprecia sobremaneira um bom jogo, vibra com a Seleção… Não tanto como com o seu Sporting, verdade seja dita. É que o clube é como os amigos, e a seleção é como a família… Não se escolhe. Dito isto, no dia 12, tiro de partida da Copa, Ervilhe encontrava-se particularmente sob o signo do esférico. Foi quando Bróculo Júnior lhe pediu para jogar uma partida de futebol de praia…

Inicia-se o derby: Zé do Polvo e Maria Achocolatada VS Ervilha Maria e Bróculo Júnior. Nós inaugurámos o marcador, mas rapidamente os adversários empataram. O jogo estava rasgadinho e os nossos rivais passam para a frente com um tento de Maria Achocolatada. Mas não deitámos a toalha ao chão, e fizemos a igualdade. Galvanizado pela reviravolta, Bróculo Júnior volta a marcar: 3-2 para nós! Entusiasmada pelo resultado, e incentivada pelo meu mai’ novo, decidi tentar marcar em função de cobrança de canto por parte de Bróculo Júnior. A bola vem direito a mim, eu preparo-me para a enviar para o fundo das redes (quer dizer, não havia redes, estamos na praia, havia 2 bocados de cana a delimitar a baliza, mas vocês perceberam a ideia) e chuto… na canela de Maria Achocolatada, e o meu dedo mindinho do pé direito faz uma rotação de 180º.

Resultado: 3-2 para nós, e ainda uma fractura na primeira falange do dedo mindinho do pé direito! Com a agravante de cada vez que um profissional de saúde me questionava sobre a causa de ter o dedo da cor de mirtilo, a minha resposta "a jogar à bola na praia, com os meus filhos" provocar aquele riso de comiseração, tipo quando o António José seguro diz que vai ser primeiro-ministro… Quinze dias a 3 semanas de imobilização, de maneiras que estou afastada do Mundial. E nas notícias? Disto ninguém fala! O que é que o joelho do Cristiano Ronaldo tem a mais que dedo mindinho do pé direito de Ervilhe Marie, hein?

Felizmente, esta lesão afastou-me dos relvados, mas não dos tachos. Esta quiche pode marcar golos na vossa mesa. Peço desculpa, mas faço reação aos analgésicos, provocam-me trocadilhos estúpidos. Quanto à quiche, é simples e bem saborosa, e sobrando é uma óptima amiga das marmitas. E faz-se assim:

Queres Quiche Vegetariana? A Alicia Keys

Tempo de Preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

Azeite
2 alhos ralados
1 folha de louro verde
1 molho de brócolos em floretes, que é como quem diz em raminhos
300 g de cogumelos Paris, pequenos, cortados ao meio
Sal e pimenta preta moída q.b
3 ovos grandes
20 cl de natas magras
1 base de massa quebrada
Sementes de sésamo

A parte divertida:

Leva um tacho de água ao lume, e quando estiver a ferver coloca os brócolos, tempera com sal, e deixa 5 minutos. Escorre e reserva.

Leva uma frigideira ao lume com um fio de azeite, e quando estiver quente junta os alhos e o louro. Frita durante 1 minuto, e junta os cogumelos. Tempera com sal e pimenta, e salteia durante 5 minutos. Junta os brócolos e salteia mais 3 minutos.

Liga o forno a 200 º. Bate os ovos com as natas, tempera com sal e pimenta (sem abusos que os vegetais já estão temperados). Desenrola a massa na tarteira, e pica o fundo com um garfo. Rejeita a folha de louro (já fez o trabalho dela) e cobre o fundo da tarte com os vegetais. Rega com a mistura do ovo, e salpica com as sementes de sésamo.

Leva ao forno durante 20 minutos, com um tabuleiro por cima. Depois retira o tabuleiro, deixa cozinhar mais 10 minutos, et voilá!


Post Scriptum: Sim, é provavelmente o título de receita mais estúpido da história da Humanidade (e o título do post, não lhe fica muito atrás). Sim, estou sob o efeito de analgésicos que me toldam o bom senso (o pouco que tenho...). Dêem-me um desconto, fregueses!



terça-feira, 10 de junho de 2014

Spice up your frango!




Hoje é dia de Portugal, e dei por mim sem saber bem o que comemorar. De maneiras, que pus-me a pensar sobre o tema, e decidi partilhar convosco esta minha reflexão. Lembrei-me de um sistema da minha adolescência, usado para tomar decisões tão importantes como por quem deveria sofrer de amores: se o Filipe do 8º C, se o Bruno do 9º A. A velhinha lista dos prós e contras. Sim, é um sistema falível, mas a democracia representativa (que é o pior de todos os sistemas, com excepção de todos os outros), não se tem saído muito melhor. A ver:

Pró: A língua que me inspira, assim que acordo    
Contra: O filho da p... do acordo

Pró: Eça de Queirós                                           
Contra: Essa mania de não votar

Pró: O 25 de Abril                                              
Contra: Outro 25 de Abril que nunca mais chega

Pró: A alegria do Futebol                                    
Contra: A asfixia do Futebol

Pró: Apanhar sol num banco de jardim                 
Contra: As dívidas do filho do Jardim do Banco

Pró: O Zeca Afonso                                             
Contra: O José Carlos Pereira

Pró: A Florbela Espanca                                      
Contra: Os homens que espancam

Pró: O país que é tão bonito                              
Contra: "Bonito, bonito é um resort em Punta Cana"

Pró: O mar                                                    
Contra: O Marinho e Pinto

Pró: Uma tasca em cada esquina                         
Contra:"Fazia falta era um Salazar em cada esquina"

Pró: A comida portuguesa                                  
Contra:Os portugueses sem comida

Pró: Estarmos em todo o lado                             
Contra: Deixar que nos mandem para todo o lado


Pró: Os Tugas                                                     
Contra: Os Tugas

E qual é a conclusão? Pois, não sei. Mais um feriado que passou, calha bem que faz-se uma ponte, e calhando ainda se vai para a praia. O dia de Portugal vai ser quando o tuga quiser. Os fregueses querem?

O que aposto que querem é aprender a fazer esta receita bonita, cheirosa e com carradonas de sabor. Sai baratinho, faz um vistaço, sem grandes canseiras. As especiarias fazem boa parte do trabalho por nós. E faz-se assim:

O Frango, Os Legumes, e um certo Cheiro a Martim Moniz

Tempo de preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

2 peitos de frango aos cubos
2 colheres de chá de açafrão
2 colheres de chá de caril 
2 colheres de chá de alho em pó 
2 colheres de chá de gengibre em pó
Sal grosso q.b.
Azeite
2 alhos ralados
1 cebola bem picadinha
1 malagueta
1/2 couve flor em florettes, que é como quem diz aos raminhos
2 bróculos em florettes, que é como quem diz aos raminhos
200 g de cogumelos Paris pequenos, cortados ao meio
1 lata pequena de tomate pelado (transformado em puré pela varinha mágica)
4 colheres de polpa de tomate
Coentros picados
Arroz thai cozido (só com sal) para acompanhar

A parte divertida:

Marinemos para começar: deita o frango numa taça e junta 1 colher de açafrão, 1 de caril, 1 de alho e 1 de gengibre. Tempera com sal (sem abusos), rega com um fio de azeite, mexe para o frango ficar todo bem coberto, tapa com película, e leva ao frigorífico 30 minutos.

Leva um tacho ao lume com um fio de azeite generoso. Assim que aquecer junta o alho ralado, a cebola, a malagueta, e deixa fritar um pouco. Adiciona o frango cheiroso, e salteia-o durante cerca de 10 minutos, mexendo com frequência.

Agora junta a couve flor, os brócolos, e os cogumelos, e salteia durante mais 5 minutos, mexendo amiúde. De seguida, junta o tomate e a polpa, mexe, e vamos ao resto dos temperos: mais 1 colher de açafrão, 1 de caril, 1 de alho, 1 de gengibre e uma pitada de sal. Tapa e deixa cozinhar em lume brando 20-25 minutos. Polvilha com o belo do coentro, acompanha com o arroz thai, et voilá!

Post scriptum: O arroz basmati também calha aqui que nem uma luva, mas ultimamente ando numa de thai. Só dizer a palavra dá logo outro sainete à coisa. Sim, sou eu a armar-me ao pingarelho. De vez em quando, calha.



terça-feira, 3 de junho de 2014

Porque as ervilhas me fazem feliz...




Notícia de última hora, fregueses! Como sabem gosto de partilhar coisas bonitas (ou só parvas) convosco. E qual é o furo jornalístico du jour: A MTV saiu do armário. Passo a explicar: a sigla MTV quer dizer Music Television, certo? Certo. Portanto, estamos a falar de um canal de música. Da má ou da péssima, isso já é discutível. O virtuoso anjo louro Beck definiu magistralmente a programação musical do canal americano há para cima de uma carrada de anos: MTV makes me wanna smoke crack (podem apreciar este bonito tema aqui).

Mas voltemos à vaca fria, coisa que abunda na MTV (sei que o trocadilho é fácil, mas convenhamos que neste caso é certeiro): andava eu a navegar na pagina da NOS (já agora, alguém avise o Belmiro que falta um acento) e verifiquei que a MTV aparece nos canais de entretenimento e não de música. Ah, pois é! E sabem que mais, eu acho bem. Honestidade acima de tudo. 99,9% da programação é tudo menos música. Programas como Jersey Shore, Geordie Shore, Abancar com os Sogros (gosto particularmente deste nome)... Uma maravilha, chavascal do puro, adoro, mas música, música.. Só se for a das molas dos colchões das debulhadoras de pila que por ali habitam. Nada contra, há poucas coisas que me fazem tão feliz como um bom par de horas de trampatv.

Outra coisa que também me faz muito feliz, como é mundialmente sabido são as ervilhas. E aqui, metidas numa menáge à trois perfeita. Ai, desculpem a badalhoquice, é o que dá ver demasiada MTV. E faz-se assim:

Um Trio que Admira

Tempo de Preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

Azeite
1 cebola às rodelas fininhas
3 alhos laminados
1 folha de louro
400 g de ervilhas frescas
Sal e pimenta preta moída q.b.
1/2 cubo de caldo de legumes
1,5 dl de vinho branco
1/2 pacote de esparguete
2 pacotes de salsicha de churrasco de peru (cerca de 10 salsichas)

A parte divertida:

Leva uma frigideira anti-aderente ao lume, com um fundinho de azeite. Assim que aquecer, junta a cebola, o alho e a folha de louro. Deixa refogar em lume médio, até a cebola ficar transparente. Junta as ervilhas, tempera com sal e pimenta (sem abusos que a seguir entra o caldo), e salteia durante uns 5 minutos. Vai mexendo. Rega com o vinho, adiciona o caldo, tapa, e deixa estufar em lume brando durante 30 minutos. Mexe de vez em quando.

Coze o esparguete al dente, que é como quem diz assim pró rijinho, escorre, reservando 0,5 dl da água cozedura. Junta o esparguete e a água às ervilhas, mexe bem e deixa apurar 5 minutos em lume baixinho.

Corta as salsichas ao meio, na vertical. Leva uma grelha ao lume com um fio de azeite. Quando estiver quente, coloca as salsichas com a parte plana para baixo, e deixa grelhar 3 minutos, vira e deixa mais 3. Vira e grelha mais 2 minutos, e vira novamente e deixa grelhar mais um minuto. Deita o esparguete com ervilhas numa travessa bonita, e dispõe as salsichas por cima, et voilá!

Post scriptum: Ervilhas, ervilhas... Congeladas, em lata... Mas frescas! É outro campeonato. E vem com bónus acrescido: o prazer de as descascar. É uma tarefa que me dá uma serenidade... principalmente enquanto vejo trampatv. Experimentem, não neguem à partida uma ervilhice que desconhecem.