segunda-feira, 28 de julho de 2014

Às vezes também não faço nada e compro tudo feito: Francesinha do Capa Negra



Palavra de devoradora de foodtv: não passará meia hora sem ouvires o termo guilty pleasure.  Verdade ou mentira? Em bom português: pouca-vergonha culinária, obscenidade alimentar, chafurdice no prato. Não tenhamos medo das palavras. E quanto a mim nada, mas mesmo NADA abraça melhor o conceito de sordidez alimentar que a bela da Francesinha. E se há templo do Pecado, é o Capa Negra.


O meu paizinho, Manel Bacalhau, é natural da Invicta. De maneiras que fui apresentada a este empilhado de coisas boas a boiar em lava, long time ago.  Já comi francesinhas em vários sítios, mas o Capa Negra é o porto seguro onde volto e voltarei, sempre com o claro intuito de mandar uma pouca-vergonha destas abaixo. Com batata e ovo, que se é para pecar, que seja de forma capital.


Pão com a espessura devida; recheio só com produtos dos bons; um molho onde eu mergulhava de bom grado, com o picante no equilíbrio exacto; doses cavalares de queijo que sucumbe ao calor do molho de forma lasciva; batatas fritas verdadeiras, a saber a batata e tudo, que também se dão ao molho, sem se fazerem nem um pouco difíceis, as galdérias... Como as percebo. Ah, e um ovo estrelado, bem estrelado, que saliva por cima de tudo isto.


E depois é ir pedindo finos, gelados e cheios de vida, e apreciar. E no dia a seguir, sopa, meus amigos, sopa e folhas de alface. E tudo vale a pena, tão a pena. Esta Ervilha vai de bom grado parar ao Inferno, por uma Francesinha dos Deuses. Do Capa Negra.

Post Scriptum: E perguntam vocês? Então e o resto? Os outros pratos da ementa? Não sei, fregueses, e provavelmente nunca vou saber, pois assim que o empregado estica a ementa, recuso-a de forma delicada. Nunca lá comi nada para além da supra citada francesinha. Mas quase tendo em conta o apuro com que fazem esta especialidade, aposto que o resto será de apetite. 

Post Scriptum 2: Relembro que nada disto tem um cariz publicitário, não é patrocinado ou pago. É só a minha humilde, e um pouco tola, opinião.





sexta-feira, 25 de julho de 2014

In the mood for brunch?





Não faltam por aí maledicentes que proclamam que as horas passadas no doce leito são um desperdício de tempo. Há quem embandeire em arco que deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer. Eu cá acho que se isso fosse verdade já não havia listas de espera no SNS. E também não havia anões.

Dito isto, há que afirmá-lo com toda a frontalidade e todo o respeito que me merecem: eu adoooorooo dormir. É pá, é que gosto mesmo. Na cama, no sofá, no carro, na praia, no comboio, no avião. Dormir é bom, dormir é fixe. "Ah, e tal não produzes nada!", dizem vocês. E depois? A JSD também não, e eu ao menos não ando de mocassins sem meias.

E toda esta conversa acerca da doce arte de ferrar o galho a que propósito? Bróculo Júnior, o meu mai´novo, é cá dos meus. E um dia destes, em que mãe e filho se apanharam pela matina, sozinhos em casa,  foi ver-nos ao despique, a ver quem é que ficava com maior número de vincos dos lençóis. Conseguimos descolar a cara da poça de baba pelas 11:45, e ainda naquele torpor pós-soneca de 12 horas, eis que a minha cria se sai com um: "Mãe, hoje apetece-me um brunch!" Ainda pensei por momentos que o puto estava a dar em hipster, mas felizmente não, é só um bocadinho para o alarve.

E o que vos trago hoje é esse mesmíssimo brunch, ideal para aqueles dias em que a alvorada é tardia, e a fome já não se sacia com um pequeno-almoço, mas um mergulho directo no almoço parece agressivo. Um waffle salgado gigante a cheirar a salsa, ovos mexidos e salsichas. Em boa verdade vos digo, que eu até dispenso as salsichas (é juntar salmão fumado, e fica um brunch amigo de quem não come carne. Boa, freguesa Maria Feliz?), mas o Bróculo fica assim com aquele sorriso de guilty pleasure, que me deixa a mim com um sorriso ainda maior. E faz-se assim:


Um Brunch que é um Salsifré 

Tempo de Preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

150 g de farinha c/ fermento
1 colher e meia de fermento em pó
1 pitada de sal  e 1 de pimenta
250 ml de leite
1 ovo grande
2 colheres de sopa de margarina derretida
3 colheres de sopa de salsa picada
1 colher de sopa de margarina líquida

Ovos mexidos e Salsichas:

8 salsichas de lata
8 ovos
8 colheres de sopa de leite
Sal e pimenta preta moída q.b. 
1 colher de sopa de margarina


A parte divertida:

Peneira a farinha, o sal e o fermento para a taça da batedeira. Junta o leite, o ovo e as 2 colheres de margarina derretida. Bate durante 3 minutos, junta 2 colheres de sopa de salsa e uma pitada de pimenta, e bate mais 4 minutos. Deixa a massa descansar 5 minutos.

Leva um grelhador quadrado ao lume. Deixa aquecer e junta a margarina líquida, e espalha-a bem no grelhador. Deita a massa no grelhador, e deixa a cozinhar em lume médio até a massa solidificar e começar a fazer bolhinhas na parte de cima (uns 6 minutos). Descola à volta com uma espátula, vira o waffle e deixa cozinhar mais uns 3-4 minutos (eu uso um prato para ajudar na tarefa). Aproveita o grelhador para cozinhar as salsichas, uns 4 minutos.

Last, but not the least, os ovos mexidos: bate os ovos com o sal a pimenta e o leite. Leva uma frigideira anti aderente ao lume com a margarina. Assim que derreter, junta os ovos e cozinha-os a gosto. Eu cá gosto dos meus pró cremoso.

Polvilha tudo com a colher de salsa que sobrou, et voilá!

Post Scriptum: A necessidade aguça o engenho, é certo. Eu faço estes waffles gigantes, por que não tenho um "waffle maker" (quem tiver, deve dar mais ou menos para 4 waffles), e aprendi esta solução com o Master Jamie Oliver. De qualquer modo, a visão celestial deste waffle megalómano, e o facto de fazer tudo de uma vez só, dá-me um tal conforto que o "waffle maker" perdeu a vez na minha wishlist. Sobram-me uns trocos para comprar outro livro do Jamie, ó que pena tão grande!




terça-feira, 22 de julho de 2014

Ervilha Maria pelo Mundo: Budapeste, Episódio IV




Fregueses, se há coisa que me dá prazer e deleite é partilhar coisas boas convosco. Quase tão bom, ou por vezes ainda mais prazenteiro, é partilhar coisas más. Sim, é o meu novo guilty pleasure que partilho convosco, hoje: Água de Mar a nova ficção da RTP1. O mais próximo de um descarrilamento ferroviário em termos audiovisuais a que tive acesso nos últimos tempos. E olhem que eu segui as transmissões da Selecção Nacional na Copa.

Como é que eu poderei definir este novo produto da estação pública... Imaginem que os "Morangos com Açúcar" e o "Sei lá" eram primos, e tinham um filho : Água do Mar é  o fruto deste amor. As personagens têm a espessura de um carpacio de novilho, e o enredo tem a consistência de uma maionese deslaçada. 

Deixem-me descrever o encontro das personagens principais, ex-namorados, afastados há 10 anos: ela acaba de enterrar a mãe, por isso vai passear para a praia à noite. Ele é gerente do bar da dita praia, e  convence uma tímida empregada do bar que tem uma voz de rouxinol, medo do palco e um passado obscuro, a substituir a cabra maldosa que ia actuar nessa noite, mas foi assolada por uma amigdalite. A empregada brilha, o namorado da cabra fica encantado, e a cabra fica com uma tremenda dor de corno. Vai daí, o gerente do bar enlevado pela voz maviosa da empregada tímida, vai  a correr para a praia, desnuda-se por completo e atira-se ao mar, tudo isto a 200 m do seu estabelecimento comercial nocturno, que se encontra à pinha. Vai ele a sair do mar conforme veio ao mundo e encontra-se com a sua ex-namorada, recém-chegada a Portugal e com trauma pós-enterro. Pelo cara de espanto da moça, a água devia estar a uma temperatura elogiosa para o protagonista, de maneiras que aquilo não é na Foz do Arelho, deve ser nas Maldivas. Dito isto, não perco um episódio.

Já esta receita de hoje, é tão boa, tão boa, que chega a ser espectacular, e não a devem perder. Recria um dos pratos degustados em Budapeste, de que falei aqui, e há que dizê-lo com toda a frontalidade: o resultado não só está muito próximo, como é bom que se farta. É a season finale da novela "Ervilha Maria pelo Mundo: Budapeste". E faz-se assim:

Frango à la Budapeste com Batatinhas Magiares

Tempo de Preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

8 bifinhos de frango
Sal e pimenta preta moída q.b.
1 colher e meia de chá de paprika
1 colher e meia de chá de tomilho seco
800 g de batatinhas novas aos gomos
2 colheres de sopa de margarina
2 alhos ralados
16 espargos frescos
8 fatias de queijo fumado

A parte divertida:

Para começo de conversa, vamos temperar os nossos bifinhos (dos dois lados): sal, pimenta preta, 1  colher de chá de paprika, e 1 colher de chá de tomilho. Frigorífico com eles, durante 15 minutos.

Leva as batatas ao lume, apenas com sal, e deixa-as cozer durante 15 minutos, a partir da fervura. Escorre, e reserva.

Unta um pirex com margarina. Leva a frigideira anti aderente ao lume, com 1 colher de sopa de margarina. Assim que derreter, junta os alhos ralados e deixa-os alourar 1 minuto. Frita os bifes dois minutos de cada lado, e coloca-os no pirex, já untado.

Liga o forno a 200º. Na mesma frigideira que usaste para os bifinhos, salteia os espargos com uma pitada de sal e pimenta, durante 4 minutos.

Vamos à montagem: 2 espargos em cima de cada bife, e uma fatia de queijo por cima. Forno com eles durante cerca de 10 minutos, até estar tudo douradinho.

Entretanto, mais uma vez na mesma frigideira dos bifes, junta 1 colher de sopa de margarina, e quando estiver derretida junta as batatas. Tempera com uma pitada de sal e pimenta, e as meias colheres de paprika e tomilho. Salteia durante 7-8 minutos em lume alto, sacudindo a frigideira com frequência. Emprata os bifinhos com as batatas, et voilá!

Post Scriptum: O queijo fumado é o ex-libris deste prato. Acredito que possa ficar gostoso com outros queijos, mas não será certamente a mesma coisa. Não é fácil de arranjar, muito menos o queijo fumado húngaro. Eu encontrei um italiano no Continente, que se portou um verdadeiro magiar no prato, e cumpriu a sua função na perfeição. Palavra de Ervilha!


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ervilha Maria pelo Mundo: Budapeste, Episódio III



Eu sou de letras, pelo que suponho que pode ser problema meu, mas irritam-me pessoas que têm de transformar tudo em números, quantificar tudo na vida... No avião ouvi um residente dizer "Budapeste? Dois, três dias e conheces aquilo de trás para a frente." Ok, ele tinha um bigode à Chalana, mas já ouvi este tipo de afirmações a pessoas que não padeciam de pilosidades faciais ridículas.

Lisboa é a minha cidade desde o berço (agora não de residência, mas alfacinha uma vez alfacinha para sempre), e eu continuo a "conhecer" a cidade em cada visita. É claro que podemos visitar uma cidade de checklist em punho, batemos os must see's do Lonely Planet tipo gincana, ao fim de x dias temos a lista cheia de certos, et voilá! A minha pergunta é: largar bandeirinhas nos monumentos mais famosos faz de ti "um conhecedor da cidade"? 

Pois eu estive cinco dias em Budapeste, conheci muita coisa, mas certamente muito ficou por conhecer. Vou ter de lá voltar, não é (wishlist...)? Aqui vai um resumo fotográfico da matéria dada para vocês. E foi assim:



Acho que só se conhece um povo depois de conhecer as suas tragédias. O Museu "Casa do Terror" é uma visita pormenorizada e dolorosa à ocupação nazi e soviética da Hungria. Saí de lá em lágrimas, mas é imperdível (ver aqui).


O Danúbio de manhã, o Danúbio à tarde, o Danúbio à noite... O Danúbio é lindo.


Um palacete em cada esquina, cada um mais bonito que outro, em particular na Avenida Andrassy. É percorrê-la, embasbacar, e ir buscar o queixo ao chão a cada 100 metros. Oh, happy days!


Momento de felicidade plena: Em passeio pela magnífica Ilha Margarita, plantada no meio do magnânimo Danúbio, reparei num número considerável de pessoas sentadas à volta duma fonte e resolvi fazer o mesmo. E eis que alguns minutos depois, umas colunas começaram a derramar as "Quatro Estações de Vivaldi", e os jactos de água a acompanhar com uma coreografia certeira. Inesquecível... 


Fait divers: Budapeste tem o McDonald's mais fancy do mundo.


Na cidade das 1001 esplanadas, esta praça é provavelmente uma das mais bonitas. Ah, aquele ali é o Liszt, esse ganda maluco!


Este é o melhor restaurante da Hungria, e tem como Chefe Executivo o tuga Miguel Rocha Vieira, jurado do Masterchef Portugal (de que falei aqui). De fora é bonito... Sim, às vezes sou uma pelintra parola.




O Szimpla Kert é o ruin pub (bares que ocupam edifícios em ruínas) mais antigo de Budapeste. Mais coisas que vos posso contar: é o bar mais incrível de sempre. Só isso.


Só mais um pouco de Danúbio para terminar. E aquele edifício do lado esquerdo é o Parlamento Húngaro e é épico, no mínimo. 

E foi muito isto. E foi muito bom. E vão lá que não se arrependem. E fiquem com esta última fotografia tola. Porquê? É uma leguminosa que vos fala, de que é que estavam à espera?

Post Scriptum: Este é o penúltimo episódio da novela "Ervilha Maria pelo Mundo: Budapeste". Vamos encerrar com chave de ouro, espero, com a recriação de um dos pratos degustados por terras magiares, de que vos falei aqui. Aceitam-se apostas!


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sim, são restos. Mas com sainete!




Ora então vamos lá despachar isto, que está um dia demasiado bonito para passar a tarde a aquecer o colo com o portátil. Mais que não seja, porque com jeitinho, mesmo esticadinha na toalha, apanho o wifi da esplanada mais próxima. Viciada? Quem?

Sim, vivi muitos anos sem as asas da internet a aconchegarem-me as costas. E sobrevivi, é verdade. Mas esses eram também os gloriosos tempos em que os acontecimentos mediáticos do ano eram a transmissão do Festival da Canção (antes de se ter tornado um espectáculo de pirotecnia) e da Miss Portugal . Alguém tem saudades disso? Eládio Clímaco, calma, não é nada pessoal! Até desenvolvi uma certa ternura pelo apresentador. O cabelo dele fazia lembrar-me a mise da minha avó. E eu gostava muito da minha avó.

Mas como prova de confiança e da minha honestidade para convosco, devo contar-vos uma coisa. Ontem, passei meia hora de verdadeiro pânico e terror, parecia o Ricardo Salgado a abrir uma carta das Finanças. Durante 30 minutos, o meu portátil fez-me black out, e não se ligava. E eu só pensava que a minha vida está toda neste computador, aquilo não me podia estar a acontecer, ó meu Deus, ó meu Deus! Foi a mais longa meia hora da minha vida (e olhem que os meus filhos foram tirados a ferros). Quando finalmente o bichinho voltou a vida, pensei "Que estupidez! Até parece que dependo do computador para viver!" Relaxei, respirei fundo e... fui à net comprar um disco externo, não vá o Diabo tecê-las.

E agora estava aqui a pensar como é que ia fazer a ligação entre esta minha ciber-dependência e este Frango à Brás, e não me ocorre nada. De maneiras que fica assim. 

Mas devo dizer-vos que cá por casa frango no forno, frango do churrasco, frango frito, frango que sobre no geral, vai parar ao à Brás. Eu cá gosto particularmente de usar as sobras destas duas receitas(esta e esta) para este efeito. Bom, Bonito e Barato. E faz-se assim:

À Brás, com Frango também se faz

Tempo de preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

1 colher de sopa de margarina
1 cebola às meias luas fininhas
1 alho ralado
2 cenouras raladas, fininhas
Sal e pimenta preta moída q.b.
1/2 frango assado desfiado
1 pacote pequeno de batata palha
6 ovos
1 dl de leite
Salsa picada

A parte divertida:


Leva a margarina a derreter num tacho anti-aderente. Junta a cebola, o alho e refoga até a cebola estar translúcida. Junta a cenoura e deixa estufar cerca de 5 minutos. Adiciona o frango e a batata, mexe, tempera com uma pitada de sal e pimenta, e deixa apanhar o gostinho durante mais uns 5 minutos.

Enquanto isso, junta os ovos com o leite e salsa picada a gosto, tempera com sal e pimenta (sem abusos), e bate.

Deita os ovos no tacho, baixa o lume, envolve tudo bem e deixa cozinhar uns minutinhos (3-4), sem abusar para ficar cremoso. Polvilha com mais um pouco de salsa picada,et voilá!

Post Scriptum: E perguntam vocês "Então a novela de Budapeste já acabou, Ervilha?" e respondo eu que Não acabou, não senhora! Eu é que achei que vocês deviam estar a sentir falta de uma receitinha das minhas. Estou errada (beicinho)? Respondam-me na caixa de comentários, ou calem-se para sempre (modo drama queen)!


quarta-feira, 9 de julho de 2014

Ervilha Maria pelo Mundo: Budapeste, Episódio II


Porquê esta fotografia? Porque sou parva, tenho um Quim Barreiros em mim e o meu dilecto marido, Zé do Polvo, não me fica atrás. Sim, quando olhámos para a placa lemos fod_-se! E a fotografia está tremida por que nos estávamos a rir de forma bastante patética, no meio da rua, a fotografar o letreiro de um... Rufo de tambores... Cabeleireiro. 

O Chico Buarque disse que a língua magiar é a única língua que respeita o Diabo. Eu acho que é a língua do próprio do Demo. Mas deixai-me dizer-vos uma coisa: se a língua veio dos quintos dos Infernos, a comida... Senhores fregueses, a comida é dos Deuses. Houve momentos em que ouvi harpas, coros de anjos, juro! Não percebi corno do que eles estavam a cantar pelas razões óbvias, mas que os ouvi,ouvi!

Mas vamos ao que interessa: o comer! Vou partilhar convosco as melhores refeições da minha estadia em Budapeste (fora as magníficas salsichas apaprikadas de que já falei aqui). E foi assim:


Massa de pão caseira recheada com vitela estufada e pickles, acompanhado de cebola roxa e natas azedas. Sim, riquezas, é tão bom (eu diria melhor) como parece e soa. Massa fofa, carne a desfazer de tenra, carradas de paprika, e a cebola a as natas a fazer o complemento perfeito. 


Peito de frango com espargos e queijo fumado, casado com batatas com alecrim e ... sim, paprika. O queijo fumado é a oficialmente a minha nova obsessão. Conforto no garfo, no estômago, na alma... 


Frango panado, recheado com queijo creme e espinafres. O acompanhamento? Boa pergunta: um puré de batata com manjericão que ficou gravado no meu palato para a eternidade. Para sempre e todo sempre!


Fatias de lombo de porco assado com toucinho fumado, molho de ervas e as batatas da ordem, boas, boas, boas. Para homens de barba rija. Quer dizer, a barba do meu Zé do Polvo parece remetê-lo para a puberdade, e ele foi muito feliz com este prato. Apaladado, muitíssimo bem temperado, e muito do gostoso.

Estes pratos gloriosos custaram entre 5 e 8 euros. Agora vou dar-vos um momento para irem buscar o queixo ao chão.

Foi assim o prato do dia em Budapeste: Bom, Bonito e Barato. Concluíndo, que se lixe a língua!  Em Budapeste, a comer é que a gente se entende!

Post Scriptum:  Estão a gostar da viagem, fregueses? No próximo episódio, vou recriar uma das maravilhas aqui em cima descritas. Ervilha Maria goes hungarian, hell yeah! 



quinta-feira, 3 de julho de 2014

Ervilha Maria pelo Mundo: Budapeste, Episódio I



Ora viva quem é uma flor! Como estão os meus fregueses? Saudosos? Ui, que entusiasmo! Vou acreditar que ainda estão em estado catatónico depois da prestação da Selecção Nacional. Pareciam os coelhos da minha avó quando apanhavam moléstia... Enfim!

E cá vai então a resposta que todos procuravam, a solução para o enigma do momento: Ervilha Maria foi a Budapeste. E morreu e voltou a nascer (em modo drama queen), e vai partilhar convosco os highlights da viagem (em modo armada ao pingarelho), incluindo os "sordid details"... Os gastronómicos, é claro, que isto é uma xafarica de respeito (em modo falsa púdica, tão falsa...).


E o Prato do Dia do episódio de hoje é o Mercado Central de Budapeste. Após apurada pesquisa sobre as maravilhas da Capital Magiar, não tive grandes dúvidas que o Mercado ia ser o meu primeiro destino. Ainda para mais, estando apartada da doce companhia de Zé do Polvo por algumas horas, o programa era dito e feito para uma Ervilha a sós. E agora vou deixar as imagens falar por mim. Vá, só umas legendazinhas, já sabem que eu tenho sempre de dar o meu bitaite. Enjoy!


Na terra das 1001 malaguetas...



E dos 3 biliões de paprikas! Doce, picante, meio-doce, meio-picante, bué de picante...


Uma miríade de pickles gostosos, ainda por cima fofos. Can't go wrong!


Os frutos preferidos da Ervilha numa só banca: secos e silvestres. Céu!



Talhos na Hungria: metade carne fresca, metade fumada.
A paixão dos húngaros pelos enchidos está ao nível de um Fernando Mendes.


Queijo fresco à colher. Era só isto.


Se houver legumes em Marte... É só a mim que me fazem lembrar as cabeças dos aliens do "Marte Ataca" do Burton?


E depois subi as escadas...


E 1001 iguarias húngaras esperavam por mim...


Olhó sortido húngaro! Real Deal!


E a minha jornada acabou com a melhor salsicha do mundo. Bem grelhada, carregadinha de paprika, afogada em mostarda, com um pão estaladiço, e uma cerveja estupidamente gelada. Anjos húngaros, harpas magiares, o paraíso por pouco mais de 5 euros. Budapeste ganhou-me na primeira manhã.

Post scriptum: Não percam os próximos episódios de Ervilha no país da língua de um raio que a parta. A sério, aprendi três palavras em cinco dias: avenida, rua e cabeleireiro. Esta última por uma razão muito particular que explicarei no próximo episódio. Não percam, não percam, não percam (em fade out)...