sábado, 23 de agosto de 2014

Ervilha no Fusing, com o alto patrocínio do altamont.pt



Comecemos pelo princípio: Ervilha Maria ficou com água na boca e o coração partido por não ter ido ao 1º Fusing Cultural Experience em 2013. A junção de culinária e música portuguesa soava-me a tudo de bom. Desde aí, ficou gravado na minha wishlist comparecer este ano. Quando vi as primeiras notícias acerca do Fusing 2014, fiquei aguada. Ao passar os olhos pelo cartaz, soube que o que tem de ser tem muita força, e a minha presença na Figueira da Foz tinha mesmo de ser.

Num daqueles momentos épicos e, lamentavelmente, raros, tudo se conjugou: ao passar o olhos pelo Facebook dei de caras com um passatempo do mui' nobre Altamont, "O" sítio da música, cujo prémio era, nem mais nem menos, do que um passe para o Fusing. Bastava escrever uma frase com algumas palavras-chave, e esperar que a coisa se desse. E não é que se deu? Passados uns dias, lá estava o passe na minha caixa de correio, glorioso e reluzente.

Só faltava a companhia, dado que Zé do Polvo não podia comparecer. Mais uma vez, à distância de um "vamos ?", logrei encontrar os companheiros de aventura perfeitos, Madame Vienetta e Óscar Malagueta. E em jeito de balanço posso dizer que, sem eles, o Fusing tinha tido muito menos graça. Foram 3 dias de:

- Muitas minis, finos, copos de vinhos (obrigada Monte da Raposinha) e afins; comidinha de lata (campismo sem lata não é campismo), e experiências culinárias; música armada em slogan de massa, que é como quem diz, o nacional é bom; e um banho de imersão no meio hipster (como podem confirmar pela foto do calçado "Alunos de Apolo" num festival de Verão à beira-mar plantado).


Estive a reflectir que tipo de narrativa vos iria fazer sobre o Fusing, e decidi fazer um relato sucinto e positivo da minha experiência, que é como quem diz, as cenas boas. Que claramente dão uma abada às cenas menos-fixes (para o meu gosto gastronómico e musical), diga-se de passagem. A saber:


Day 1:

- Um workshop Sushi &Gin, muito do catita, da responsabilidade do Chef Artemy Lopatin e da Casa Havanesa, respectivamente: esta que vos fala não gosta de sardinha, o que me coloca numa posição quase tão solitária como a do António José Seguro. Provei sushi de sardinha, e morri. Bom, mas bom! A queda de um mito para Ervilha Maria.
Capicua: Uma estreia absoluta ao vivo, para mim, que conhecia apenas algumas faixas. A rapper nortenha não escreve, grava na pedra. Letras que ficam a ecoar na cabeça, e beats que nos fazem abanar a pélvis. Esta Maria é muito capaz!
Primitive Reason: Já estes meninos pegaram na minha mão e levaram-me a fazer um passeio pela memory lane. Com o power de antes, e a sapiência de agora, deram aquilo a que se chama um concerto do caraças! Quem nunca pulou a ouvir isto, que atire a primeira pedra!




Day 2:

- Chef Versus Chef feat. Justa Nobre VS Pedro Peixoto: A sábia e experiente Justa contra o novato e criativo Pedro Peixoto. Quem venceu? Óbio: os sortudos que provaram os despojos do duelo, Ervilhe Marie incluída. Cataplana de bacalhau com ameijoas da Justa, e empadas de bacalhau e broa do Pedro. Felicidade! E um bónus, umas bolinhas fritinhas de seu nome cevadinhas: uma invenção do ex-concorrente do MasterChef, fruto de sobras de cozido à portuguesa.
- Capitão Fausto: São putos, têm pica, são filhos do Rock e têm ar disso. Fecharam o palco principal e mereceram-no. 



Day 3:

- Chef Versus Chef feat. Vítor Esteves VS Domítilia: Risotto de lingueirão com panados de tamboril contra Bacalhau desfiado em tosta de broa com legumes salteados e salada de tomate. É preciso dizer mais alguma coisa? Um espectáculo de luz e cor no prato e no palato!
- Dead Combo: Tarantino, se me estás a ouvir, aceita um conselho desta que te escreve: tu põe-te em contacto com este bunch of meninos que te vão fazer "A banda sonora". E não digas que vais daqui, Quentin. Lembra-te de mim quando receberes o Oscar, tá?
- The Legendary Tiger Man: It's rock n' roll, motherfuckers! Peço desculpa pelo vernáculo, mas é a forma mais fidedigna de descrever o concerto do Homem-Tigre. Hell yeah!



E foi isto, fregueses. A prova que um festival não tem de ser uma espécie de Feira Popular, que o interesse na culinária não é coisa de dona de casa, e que a música portuguesa está bem recomenda-se. Pró ano quero mais, sim?

Post Scriptum: Para o resto da reportagem fotográfica, favor ir ao Facebook da Ervilha aqui. Last but not the least, aqui fica a imagem da tenda mais decadente da história da humanidade. É um facto: tenho tanto jeito para campista, como para dador de esperma.


4 comentários:

  1. Moro tão perto e não consegui ir!! Odeio-me e invejo-te haha. *bebei-me toda ao ler o teu post*
    Já o ano passado tinha ouvido optimo feedback e era mesmo para ir este ano, mas infelizmente existem coisas às quais não se pode fugir e pronto... Lá teve de ser.
    Para o ano vamos lá ver como correr e se não acontece o mesmo que este ano :p

    Beijo,
    A.R.
    www.oitotentaculos.blogspot.com

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  2. Estou a escorrer baba...Lingueirão, panados de tamboril, bacalhau desfiado...É uma da manhã, mas era rapariga para ir a correr enfardar estes petiscos. Eu sei, eu sei. Além de já ser tarde, olha a dieta, um minuto na boca uma vida nas ancas ok ok. Quero lá saber! Se soubesse onde estavam ia já a correr. Maria F.Silvestre

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  3. Esqueci-me de fazer um comentário à tenda. A camarada Ervilha pode ter a certeza de que eu faria ainda muito pior, isto é nunca na vida conseguiria montar uma tenda...

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