sábado, 12 de outubro de 2013

Primeira Reunião dos Amigos do Salgado


Um bom salgado é coisa para me fazer feliz, confesso. É com pesar que constato que se trata de coisa quase tão difícil de encontrar como uma célula de talento no José Carlos Pereira. Deixem-me reforçar o quase. Ainda há bons salgados no mundo, ainda há esperança. Já quanto ao Zeca...

Mas falemos da minha relação de amor/ódio com um salgado em particular: a empada. As empadas merecem-me a mesma confiança que um ex-administrador do BPN. Dado o exposto, não dispenso o ritual de lhes tirar a tampa antes de lhes deitar o dente. Este meu hábito já me valeu algumas descobertas menos prazenteiras, mas creio que me poupou algumas indigestões. Ponho-me a pensar que se tivessem começado por levantar a tampa a uns e outros, e tivessem verificado a podridão do recheio... Se calhar tínhamos poupado umas coroas. Mas deixemos o MNE por agora.

Nada do acima referido me tirou o gosto pela bela da empada, pelo que Ervilhe Marie abraça a boa prática do "Faça você mesmo" para resolver a contenda. Não, não é isento de trabalho, mas garanto que é um belo programa de domingo à tarde, com miúdos a esgrimir o rolo da massa incluído.

E nem vos consigo descrever a épica maravilha que é tirar uma destas meninas do congelador, levar ao forno, e passados 20 minutos estar alapada no sofá, com uma empada fumegante numa mão, uma mini na outra e uma maratona de Hell's Kitchen pela frente. F___, yeah! Vamos a isto:

A Bela da Empada

Tempo de Preparação: Isto é coisa para demorar

Despensa:
Massa
550 g de farinha
150 g de margarina
1 pitada de sal
1 dl de água
2 ovos batidos

Recheio
2 peitos de frango desfiados (previamente cozido, com sal, um alho e uma folha de louro)
1 cebola picadinha
2 alhos picadinhos
1 colher de sopa de margarina
1 folha de louro
2 dl de água
½ caldo de galinha
½ pacote de polpa de tomate
Sal e pimenta q.b.
1 cheirinho de piri-piri (à consideração do freguês)
½ pacote de natas

Para deixar A Bela da Empada douradinha e bonitinha
1 ovo batido com uma colher de sopa de água

A parte divertida:           

Deita a farinha numa taça larga, junta uma pitada de sal e a margarina aos pedaços. Mistura bem com os dedos, até ficar com uma textura de areia grossa. Junta a água e os ovos batidos, e volta a meter as mãos na massa, literalmente, até ficar homogénea e lisinha.

Para fazer o recheio começa por fazer o refogado. Derrete a manteiga num tacho e junta a cebola, o alho e a folha de louro. Quando o refogado estiver lourinho, junta o frango, e mistura, e deixa apurar 2 minutos.

Agora, junta a polpa de tomate, o caldo de galinha , a água, o sal e a pimenta e o piri-piri, tapa. Fica em lume brando durante cerca de 15 min, e vai mexendo de vez em quando durante esse tempo.

Por fim, junta as natas, mexe bem, retifica os temperos e deixa ao lume até engrossar (bastam uns minutos, mas mantém a vigilância e vai mexendo). Aproveita agora para ligar o forno a 180º.

Chegou o momento da linha de montagem. Simples e divertido: Polvilha bancada e o rolo da massa com farinha. Estica a massa, forra as formas das empadas e corta tampas à medida das formas. Pica o fundo das empadas com um garfo e recheia as formas com o preparado, sem encher completamente. Tapa com as tampas, e dá uns beliscões à volta para fechar a empada.

Last but not the least, pincela as empadinhas com o ovo batido com água, e vão ao forno cerca de 20 min. Et voilá!


Post scriptum: acérrima devota do livre arbítrio, estão à vontade para utilizar massa de compra. Juro que não vou a vossa casa apontar o dedo. Tenho para mim, no entanto, que ficam mais gostosas assim. Mas tão à vontade, à vontadinha. 

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