quinta-feira, 6 de março de 2014

Dia de batota na cozinha: depois não digam que não avisei



Ervilha esforça-se. Ervilha estuda. Ervilha pesquisa. Ervilha atira-se aos tachos como se não houvesse amanhã. Ervilha apega-se às suas colheres de pau como se a sua vida dependesse disso. Ervilha usa o método científico tentativa-erro, e começa a ver fruto do seu trabalho. E vai daí vem alguém, sem mais nem ontem, puxa dos galões, ah e tal. A primeira dama de Angola vem hoje afirmar "O meu marido faz um arroz bem soltinho!" É ou não para indignar (Tenho que, antes de mais, agradecer ao Correio da Manhã por  mais um glorioso pedaço de trabalho jornalístico (aqui). Uma ovação, fregueses! Tipo quando o Ruy de Carvalho entra na sala.)?

E agora vamos ao que interessa: Ervilha Maria não vai para Angola intimidar meios de comunicação social, silenciar opositores, usar o património do Estado como se do meu mealheiro se tratasse. Não põe a sua filha, Maria Achocolatada, a comprar tudo o que me passa pela frente, como se estivesse a jogar monopólio ? Não faço nada disso, pois não? Então, faz favor, Sr. José Eduardo dos Santos não se meta onde não é chamado, que déspota está visto que é a sua vocação. E olhe que fazer um arroz solto também não é propriamente a invenção da roda.

Dito isto (preparem-se para a ligação Subtil, tipo Manuel Subtil barricado na RTP) o que fica mesmo bem com esta almôndegas batoteiras, é um arrozinho basmati soltinho (e basta seguir as instruções do pacote, ouviste José Eduardo?). As ditas cujas são batoteiras, porque na verdade não passam de salsichas frescas em pedaços, moldados em forma de almôndega. Mas não são menos gostosas, por isso. Faz-se assim:

Almôndegas batoteiras em banho Acarilado

Tempo de preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

1 embalagem de salsichas frescas com 325 g (eu uso estas)
Farinha (umas 3 colheres de sopa)
2 colheres de sopa de margarina
1 malagueta
2 alhos ralados
1 lata de tomate em pedaços (passada com a varinha mágica)
1 colher de chá de caril
1 colher de chá de açafrão
1 colher de chá de gengibre ralado
1 colher de chá de açúcar amarelo
Sal e pimenta q.b.
Coentros frescos picados

A parte divertida:

Divide cada salsicha em quatro, e faz bolinhas. Passa as bolinhas por farinha, e sacode o excesso. Leva uma frigideira anti aderente ao lume, com a margarina. Quando estiver derretida, junte os alhos e a malagueta. Quando o alho estiver lourinho, junta as almôndegas e salteia-as, sacudindo a frigideira, até estarem todas douradas por igual.

Junta o tomate passado, as especiarias (caril, açafrão e e gengibre), o açúcar amarelo, e tempera com sal e pimenta. Mexe tudo, tapa, e deixa cozinhar em lume brando durante cerca de 15 minutos. No final, salpica com os coentros picados, et voilá!

Post scriptum: As salsichas utilizadas para esta receita foram escolhidas por dois motivos: são gostosas (requisito imprescindível, claro está), e porque o "invólucro" da salsicha é muito fininho, o que torna a sua divisão muito simples. Só isto. Não é publicidade. Ninguém me pagou nada. Nem mesmo em salsichas. A pobreza franciscana do costume, portanto.








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