sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Da infinita maravilha que é a cenoura...



ESPECIAL HOHOHO E AFINS: que é como quem diz hohoho da parte do Natal, e afins da parte do Revelhão, Dia de Reis, e tal e tal. Bem, agora que penso nisso, vocês provavelmente perceberam logo a ideia... Mas pronto, é isso. BOAS FESTAS, FREGUESES!!!

Quando eu era mais jovem, sim que eu ainda sou jovem e quero que as convenções se lixem, a malta fazia tudo por tudo para ficar bronzeada. Um valente escaldão era uma medalha, uma insolação era um troféu. Torrar ao sol, preferencialmente das 15:00 às 19:00, vulgo hora do cancro. Protector solar? Mas quem é que se queria proteger do sol? Era ver a malta a besuntar-se em coisas tão extraordinárias como: Piz Buin factor 2, óleo de coco, Coca-cola, creme de cenoura, e mistelas afins que alguém ouviu dizer que eram tiro e queda para chegar ao ponto bem passado.

Resultado: ficavas com ar de fartura esquecida no tabuleiro, antes do açúcar e a canela. Sebosos que só visto. Tudo valia, para ao terceiro dia de praia já termos trocado o look "Boneco de Neve" pelo look " Churro bem passado". Vinte anos volvidos, e com crias à mistura:

- Só vais para a praia até às 11:00 ou a partir das 17:00, o que te obriga a levar um casaquinho, porque a maior parte das vezes apanhas 10 minutos de sol, e a seguir o astro vai à vida dele;
- Todos os anos gastas em cremes o correspondente a um ano de solário: para antes do sol, durante o sol, depois do sol. Vezes dois, porque os que dão para ti não dão para os pequenos e vice versa;
- Ganhaste uma hérnia discal, fruto dos três chapéus que levas para a praia de forma a conseguir uma sombra do tamanho de um ringue de futsal.

Idiossincrasias dos tempos, talvez. No entanto devo esclarecer que esta descrição é mais um reflexo do que me rodeou durante a minha adolescência, do que de mim. Esta minha tez de princesa nórdica não me permitia banhos de óleo de coisa nenhuma, e a minha melhor amiga era a velha latinha de creme Nivea. Ainda hoje aos primeiros raios de sol fico com cara de inglesa bêbada. E calem-se as más línguas que eu não bebo na praia... Só na esplanada. 

E porque é que eu me lembrei disto hoje? Porque está um tempo de merda (desculpem lá, mas isto isto hoje não está para eufemismos), e eu estou cheia de saudades do Verão. E por que este doce de cenoura que vos trago, faz-me lembrar a tal pasta com que as minhas amigas se besuntavam. Terão de ser fortes para resistir à tentação de se barrarem nesta Coisa Boa, mas não se coíbam de o fazer em pão, tostas, torradas, scones, panquecas... O céu é o limite. Manual de instruções infra:


Coisa Boa de Cenoura

Tempo de preparação: Isto é coisa para demorar

Despensa:

1,500 kg de cenouras raladas
1 kg de açúcar branco
4 dl de água
2 paus de canela
2 cascas de limão

A parte divertida:

Põe o frasco em água a ferver, durante 10 minutos, para ficar esterilizado.Leva ao lume um tacho com os 4 dl de água, os paus de canela e as cascas de limão. Mexe bem, e quando começar a ferver conta cinco minutos.

Junta a cenoura, envolve-a bem na calda, e deixa cozinhar durante uma hora e meia em lume brando. Retira do lume, dispensa os paus de canela e as cascas que já fizeram o seu trabalho. Passa o doce com a varinha mágica até ficar bem cremoso, deita para o frasco, et voilá!

Post scriptum: 7000 visitas, fregueses!!!!! Obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada!!!! Ufa, acho que já perceberam a ideia, não? 


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