quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Sim, há vida para além do Ferrero Rocher, ambrósios!



ESPECIAL HOHOHO E AFINS: que é como quem diz hohoho da parte do Natal, e afins da parte do Revelhão, Dia de Reis, e tal e tal. Bem, agora que penso nisso, vocês provavelmente perceberam logo a ideia... Mas pronto, é isso. BOAS FESTAS, FREGUESES!!!


Num Natal bem longínquo da minha infância, lembro-me de desejar arduamente um carrinho de bebé cor de rosinha, nada de muito complexo, mas pelo qual me tomei de amores,  e que se exibia na montra da drogaria/bazar/bric-a-brac lá do burgo. Como era uma menina bem comportada, e a singeleza do meu objecto de desejo se adequava ao orçamento familiar, haveria de ver a minha vontade satisfeita.

Assim, na Noite de 24 de Dezembro, coloquei  o meu chinelo no fogão, debaixo da chaminé, como era hábito. A minha avó distraía-me a mim e ao meu irmão João Empadão, enquanto os meus pais transportavam os presentes para cima do fogão, em modo Usain Bolt. À meia noite o meu pai simulava que alguém tinha batido à porta, e a minha mãe em claro overacting dizia "Ouvi qualquer coisa na cozinha, ora vão lá ver." E chegados à cozinha, eu e o meu irmão mergulhávamos numa cascata de embrulhos. Ó felicidade! Mas voltando ao carrinho, ele estava mesmo à minha espera, e sentei logo o meu barriguitas lá, e fui assolapada por um sentimento de paz cósmica.

Dois dias depois, o meu irmão sentou-se em cima do carrinho, e partiu-o ao meio. E eu lamentei ainda não ter um repertório de palavrões suficientemente vasto, que me permitisse exprimir os institutos assassinos que me assolaram. Isso, e não ter nenhuma tesoura sem as pontas redondas. Hoje, 25 anos volvidos, mais coisa menos coisa, embebida deste espírito natalício e do vinho que bebi ao almoço, quero declarar publicamente que Ervilha Maria perdoa João Empadão pelo acima exposto. Para comemorar este lindo momento, partilho convosco o chocolate que vou ofertar este Natal. Chocolate, leite condensado e amêndoa; quem preferia receber peúgas, sugiro uma consulta com o médico assistente. Faz-se assim:


Diz que é uma espécie de tablete

Tempo de preparação: Isto é coisa para demorar

Despensa:

1 lata de leite condensado cozido
200 de chocolate culinário picado
1 colher de sopa de margarina
100 g de amêndoa, com pele, picada

A parte divertida:



Leva ao lume, médio-alto, um tacho com o leite condensado, o chocolate, e a margarina. E agora prepara-te para dar à colher de pau, como se não houvesse amanhã. Agora é mexer, mexer, e mexer, durante pelo menos 15 minutos, até engrossar. Não abandones o chocolate, caso contrário ele abandona-te a ti. Posto isto, retira do lume, mistura a amêndoa, e mais 3 minutinhos a dar à colher de pau.

Derrama esta lava pecaminosa em cima de papel vegetal, espalha com a colher de forma a ficar com uma espessura uniforme, da altura de uma tablete de chocolate, mais coisa menos coisa. Deixa a arrefecer umas boas quatro horas, e depois leva ao frigorífico. Parte em pedaços, à vontade do freguês, et voilá!

Post scriptum: Podem variar os frutos secos, podem pôr passas, alperces picados, o que vos der na real bolha. E podem sem sombra de dúvida embrulhar de forma bem mais glamourosa que eu. O papel vegetal cumpre a função de proteger o chocolate e o meu jeito não dá para mais, é o que é.



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