sábado, 4 de janeiro de 2014

Ti amo, Italia!



Adoro a Itália, e tenho absoluta certeza que quanto mais a conhecer, mais a vou adorar. Não esquecerei jamais a melhor pizza da minha vida, comida em Sorrento. Uma fritatta de zuchinni (que é como quem diz uma tortilha de courgette, sem batata) numa cantina em Roma. Um gelado de noz majestoso, em Florença. E um de morango em Roma, que sabia mais a morango que qualquer morango que comi na vida. E o Limoncello, e o Prosecco, e o Lambrusco, tudo tão bom que nem ressaca dá.

E a recusa de Zé do Polvo em pedir num restaurante polpette al sugo, convicto que estava que se tratava de túbaros, vá-se lá saber porquê. Sendo que só no dia da partida, confirmei tratarem-se de almôndegas. Sim, também são bolas... 

E a primeira vez que comi alcachofras fritas, aliás a primeira vez que comi alcachofras, e como a minha estranheza foi vencida à primeira dentada, sem apelo nem agravo. Já para não falar numa refeição servida na cama de um hostel, adquirida na mercearia que ficava no rés do chão, composta por pão, Parmigiano-Reggiano, burrata, pancetta, prosciutto, azeitonas, e vinho tinto em copos de plástico. Felicidade suprema, portanto.

É claro que Itália não é só comida. É linda de morrer, tem monumentos gloriosos, paisagens de tirar o fôlego, e uma língua musical como só ela. Mas como estou aqui para falar sobre o comer e o beber, foi isto que se me ofereceu dizer. Porque esta salada me leva a Itália numa garfada. Não só, como é óbvio, pela paleta de cores, mas pela beleza que é juntar três ingredientes e o tempero exacto, e ter a La Traviata num prato. Se fai cosi:

"Insalata Rica Miseria" 

Tempo de preparação: Tipo Lusco-fusco

Despensa:

Rúcula (1/2 pacote, mais coisa menos coisa)
4 tomates maduros, tipo chucha, às rodelas
1 bola de mozzarella
Azeite
Vinagre balsâmico
Sal grosso
Pimenta preta moída no momento
Oregãos secos

A parte divertida:

Num prato grande, faz uma caminha de rúcula, espalhando as folhas. Agora, coloca as rodelas de tomate por cima, e tempera com o sal grosso. Parte a mozzarela em pedaços, com as mãos, sem medos. Distribui pelo prato. 

Por último o tempero: rega com um fio generoso de azeite, salpica com o vinagre balsâmico. Mais uma pitada de sal, pimenta a gosto e uma chuva generosa de oregãos (adoro oregãos). Acompanha com umas fatias de bom pão de sementes, et voilá!

Post scriptum: Uso esta salada amiúde como entrada, mas também é bem boa como prato principal. Esta quantidade é adequada para começar uma refeição para quatro, vai lindamente como prato principal para dois, precedida por uma bela malga de Creme de ervilhas da Ervilha, por exemplo (receita aqui). E sim, pode muito bem ser um autêntico festim romano só para uma. Com um copo de tinto, a ver o Jamie Oliver: Food Fight Club no 24 Kitchen, embrulhada numa manta... Deixa cá ver se tenho mozzarella... Bom sábado, fregueses!



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